Nuno Saraiva, diretor de comunicação do Sporting, critica a Comissão de Instrutores da Liga por não ter levantado um auto de flagrante delito com vista à execução de um processo sumário.
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O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decidiu abrir um processo disciplinar a Samaris na sequência do lance que envolveu o benfiquista e Diego Ivo, jogador do Moreirense. O caso foi remetido para o CD da FPF pela Comissão de Instrutores da Liga (CIL) que entendeu não abrir um auto de flagrante delito. Contudo, a comunicação da CIL apenas chegou à Federação após a realização da reunião de ontem do Conselho de Disciplina, pelo que nenhuma decisão relativamente ao grego consta do mapa de castigos desta semana. A situação mereceu um comentário por parte de Nuno Saraiva, diretor de comunicação do Sporting.
"A Comissão de Instrutores da Liga, exorbitando aquelas que são as suas competências, recusou levantar um auto de flagrante delito com vista à execução de um processo sumário, perante a evidência das imagens televisivas que provam a agressão do jogador Samaris a Diego Ivo, do Moreirense. A Comissão de Instrutores entende que a punição ao prevaricador deve ser maior do que aquela que prevê o processo sumário. Vai daí, chuta a bola para o Conselho de Disciplina que, com base nas imagens de televisão, decide instaurar um processo disciplinar ao atleta", começa por escrever o responsável leonino no Facebook.
"Bem vistas as coisas, esta decisão é a que mais favorece o clube do agressor, visto que a sua suspensão não é imediata, que o processo disciplinar vai naturalmente arrastar-se como tantos outros e que, inclusive, o recurso dessa mesma decisão - quando a houver - terá, ao contrário do que acontece em processos sumários, efeitos suspensivos. Ou seja, o crime compensa.
Por outro lado, o Conselho de Disciplina da FPF, que ainda há uma semana gritava "aqui-d"el-rei que não somos vídeo-árbitro", acaba, por ironia dos instrutores da Liga, a fazer esse papel. Cabendo à Comissão de Instrutores deduzir a acusação, esta está agora obrigada a propor uma pena superior aos 4 jogos que resultariam do processo sumário. Sob pena de ficar no ar a ideia de que a única intenção foi, afinal, permitir que Samaris não ficasse fora do dérbi", acrescentou Nuno Saraiva.