"Nuno Santos seria um claro sinal de que o Sporting quer e tem que ganhar o dérbi"

Face ao castigo por acumulação de amarelos que Matheus Reis vai cumprir no dérbi com o Benfica, Nuno Santos é o claro favorito a, no próximo domingo, jogar a titular na posição mais defensiva do flanco esquerdo do Sporting.

Ricardo Esgaio e Rúben Vinagre também são recursos à disposição do treinador Rúben Amorim, mas apresentam-se com um grau de probabilidade inferior, nomeadamente Vinagre, que pouco tem competido desde que recuperou de lesão no tornozelo esquerdo em finais de 2021.

Em 2022, o canhoto adquirido ao Wolverhampton foi titular em apenas duas ocasiões: uma com o Leça (4-0) para a Taça e outra com o Arouca (2-0), em que acabou por ser substituído ao intervalo. É ele que corre por fora nesta luta a três.

Entre Nuno Santos e Esgaio, Amorim deve optar pelo primeiro, até pela imperativa necessidade do Sporting em ganhar, para assim continuar a pressionar o FC Porto na corrida pelo título e fechar a luta pelo segundo lugar. Conforme analisou Augusto Inácio para O JOGO, Nuno Santos apresenta, teoricamente, melhores soluções de um ponto de vista ofensivo em relação a Esgaio, que até é, prioritariamente, utilizado do outro lado do terreno. "A escolha vai depender um pouco do cariz que o Rúben Amorim quiser dar ao jogo. Se quiser um Sporting a jogar com mais tração à frente, então poderá ser o Nuno Santos o escolhido. Mas se quiser um Sporting a jogar um pouco mais recuado, então talvez a opção possa ser o Esgaio", comentou o antigo lateral-esquerdo, que entre 1974 e 1982 jogou pelo Sporting, antes de se transferir para o FC Porto.

Para Inácio, Nuno Santos seria a escolha caso fosse ele o técnico (cargo que até ocupou em 1999/2000, conquistando um título de campeão que escapava ao clube desde 1982). "Se fosse eu o treinador, optaria pelo Nuno Santos. Porque iria querer ganhar, porque o jogo é em Alvalade e porque seria a melhor forma de aproveitar o atual momento menos consistente do Benfica. Por outro lado, também seria dado um claro sinal de que o Sporting quer e tem que ganhar este jogo", justifica.

Uma ideia que, conforme se pode ler no quadro em anexo, é sustentada pelos números de ambos em relação aos jogos que fizeram na posição mais defensiva do flanco, fosse no esquerdo, fosse no direito (como aconteceu com Esgaio). Santos faz mais cruzamentos, mais dribles e tem maior índice de participação direta em golos, entre os que marca e os que assiste (e isto mesmo sem contabilizar os jogos que fez como extremo-esquerdo). Esgaio, por outro lado, ganha mais bolas na fase defensiva do jogo e tem maior percentagem de sucesso nos duelos. "Caso a ideia seja a de resguardar mais o aspeto defensivo, então o Esgaio pode ser a opção. Ele está mais habituado a jogar à direita, mas também já tem rotinas na posição e creio que não sentirá muita diferença em jogar desse lado. Defensivamente é mais eficaz do que o Nuno Santos", analisa, a terminar, Inácio em relação a este prisma.