Treinador do Aves fala em época difícil, lamenta não ter evitado a descida de divisão e pede para que ninguém esqueça tudo o que aconteceu no clube
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Apoio dos adeptos e final de época: "Não foi só o Nuno [Manta Santos] até ao fim. Foi o Nuno e foi o Aves que aqui estiveram. Antes de mais, agradecer aos adeptos que vieram cá apoiar-nos e agradecer-nos o que temos feito. Para se fazerem mil quilómetros, é preciso ter uma paixão muito grande pelo clube. Uma palavra para esses e para os que ficaram na Vila das Aves. Uma palavra para a minha equipa técnica, para o departamento médico, para os jogadores e para o presidente do clube, que tudo fizeram para que pudéssemos terminar o campeonato, porque era muito importante fazê-lo, a bem da verdade desportiva e do futebol nacional. É verdade que amanhã já começamos, como toda a gente, uma nova época, mas não podemos esquecer-nos do que se passou neste final da época. Esperemos que estas fragilidades que existem na organização da nossa Liga não apareçam tão cedo".
Derrota com o Portimonense: "Sabíamos que seria um jogo de emoções fortes para nós e para o Portimonense. A equipa acabou por apresentar-se de forma organizada, tranquila, teve bola, teve de defender e sofremos dois golos de bola parada, que foi um apanágio da nossa equipa. Sofremos muitos golos de bola parada, independentemente de trabalharmos esses lances ou não. Os meus parabéns ao Portimonense, que fez dois golos e nós não. As duas equipas que aqui estiveram acabaram por descer de divisão, é um momento triste para ambas, mas temos de pensar no futuro e no dia de amanhã. Aproveito para deixar uma palavra ao campeão nacional [FC Porto], parabéns pelo título, e a todos os outros que lutaram dignamente por uma posição na tabela classificativa. Nós temos de levantar a cabeça. Não podemos esquecer o que o clube, os jogadores e a Vila das Aves fizeram pelo futebol. É importante".
Problemas dos últimos dias: "Foi uma época extremamente difícil, longa e atípica para toda a gente. Esses problemas obrigaram-me a tentar superá-los, a trabalhar mais, a ter capacidade para motivar, superar, puxar pelos jogadores, mas aceito e compreendo perfeitamente a atitude que alguns tiveram, porque eram momentos muitos difíceis para eles e para as suas famílias. Louvo estes que vieram até ao fim, porque não foi fácil. Existiram momentos difíceis nos últimos seis meses e o que aconteceu agora foi só a ponta do iceberg".
Futuro: "Ainda não temos certezas sobre o que vai acontecer. Em relação à minha equipa técnica, primeiro têm de me aturar e não é fácil. Depois, houve uma espécie de pacto solidário entre a equipa técnica, departamento médico e jogadores para que o Aves e o futebol português saíssem com uma página bonita".
Continuar no Aves: "Vamos pensar um dia de cada vez".
Época mais difícil: "Foi a época mais difícil, que me obrigou a trabalhar aspetos que até agora ainda não tinha trabalhado. Saio com outra experiência e isso foi gratificante. O que não foi gratificante foi não ter atingido o objetivo a que me propus, que era não descer esta equipa. A Vila não merecia isto".