O administrador financeiro das águias falou na 3.ª conferência Bola Branca, promovida pela Rádio Renascença
Corpo do artigo
Novos ciclos do desporto, novas lideranças. Faz parte deste novo ciclo. Depois do comunicado do Benfica, este novo ciclo está comprometido para o Benfica? "Não sei se é essa a pergunta que eu faria, mas acreditamos muito no futebol português, não queremos que seja periférico, o objetivo não é termos uma liga equivalente à do Chipre ou Grécia, queremos um futebol que se projete muito além. Com esse objetivo em mente, o Benfica, como maior instituição do futebol português, sempre teve visão institucional, valorizar o produto e promover consensos, tentar que todos caminhemos para a valorização do espetáculo e de um produto que queremos comercializar melhor e colocar no topo do futebol europeu. A grande questão, e é a natureza do comunicado, é que nem todas as instituições estão preparadas e há quem não queira avançar para melhorar o produto nacional. E é daí que vem o pedido no comunicado que fizemos ontem. Queremos claramente novos rumos para o futebol português, é esse o nosso princípio e a nossa forma de estar, mas tem de haver alterações. Não devíamos perder muito tempo com o comunicado, que foi pensado e ponderado e que fala por si é que temos de avançar para novos rumos se queremos produto melhor."
O Benfica não apoiou Pedro Proença na Liga, mas esteve a seu lado nas eleições para a Federação Portuguesa de Futebol… "Não devemos centrar em pessoas, mas em políticas e formas de trabalhar."
Mas Pedro Proença escolheu a sua equipa, como o Conselho de Arbitragem… "Tem a responsabilidade. Temos um recém-eleito Conselho de Arbitragem que tem a responsabilidade de olhar para os problemas de frente e ver o que é preciso alterar. Não é razoável que haja que se passe 20 vezes mais tempo a discutir incidências relacionadas com arbitragem ou com a total heterogeneidade da forma como o VAR atua ou do seu protocolo. No final do dia, passa-se 20 vezes mais tempo a discutir as incidências do que o jogo. As pessoas querem ver futebol, um jogo justo. Vai sempre haver só um vencedor, mas tem de ser um espetáculo que valha pelo espetáculo. Não para o pós-espetáculo, aquilo que temos hoje em dia no futebol português."
É uma dura realidade perder para o rival da Segunda Circular? "É sempre difícil perder no Benfica. No Benfica não há segundos lugares. Financeiramente, pode ser mais ou menos difícil consoante o lugar. Mas no Benfica quando não se ganha é sempre difícil."
Qual o objetivo do Benfica com esta participação disciplinar do árbitro? "A participação está concluída, não sei se já foi entregue. Tem os seus objetivos, chamar as pessoas à sua responsabilidade."
Na perspetiva do Benfica, e a propósito desta participação, quem falhou? "Falhou a equipa de arbitragem como um todo, com o árbitro como o chefe, e o VAR de forma totalmente inexplicável."
Não encontra explicação para o facto de Tiago Martins (VAR) não ter visto o lance? "Há coisas que estão à vista de todos e cada um pode responder para si. São só 33 câmaras e uma equipa inteira a ver. Quando as coisas são inexplicáveis, as pessoas têm de se explicar, têm de divulgar-se as notas dos árbitros, as notas do VAR, os áudios, como pedimos."
Já tiveram feedback do Conselho de Arbitragem nesse sentido? "Nada. Há sempre conversas no futebol. Mas não temos nenhuma resposta."
Houve também uma participação disciplinar a dois jogadores do Sporting. Do Sporting não houve nenhuma declaração oficial, o presidente desviou o assunto e o jogador disse que mais tarde abordaria o tema. Estranha este silêncio do Sporting, isto depois da aproximação que houve nos últimos tempos entre dois clubes e dois presidentes? "O Sporting terá as suas razões. Não sei se esperava ou não. Não fizemos o comunicado à espera de um contracomunicado. Fizemos porque entendemos que era o momento certo. Já não dava para esperar e tínhamos motivos para fazê-lo."
Se fosse ao contrário o Benfica tomaria uma posição? "Ao contrário, lá estaremos para avaliar a situação. Como tudo na vida, há um contexto, é preciso ver qual a situação. No momento certo, e trabalharemos para que nunca aconteça, tratar-se-á."