Nuno Almeida deixa de ser árbitro: "Obrigado a todos, em especial ao meu falecido pai"
Declarações de Nuno Almeida que ao apitar para o final do Moreirense-Santa Clara (1-0) - oitava jornada da I Liga - despediu-se da carreira de árbitro. No mesmo estádio onde há 22 anos começou a carreira na principal carreira
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Aplausos dos adeptos do Moreirense e Santa Clara, guarda de honra dos jogadores das duas equipas e até lágrimas, assim foi como o árbitro Nuno Almeida terminou o percurso, de mais de 30 anos ligado à arbitragem, 17 dos quais na principal categoria do futebol português, onde começou, precisamente em Moreira de Cónegos.
“Não há palavras. Era impensável, na minha carreira, poder pensar que acabasse assim, desta forma. Claques, adeptos, guarda de honra, clubes, jogadores, jornalistas, isto revela que, lá no fundo, as pessoas sabem reconhecer o lado humano do árbitro. E que, no final de contas, sabem perdoar os erros e sabem aplaudir as virtudes. E o que se passou hoje vai deixar-me grato para o resto da vida. Só lhes tenho que dizer obrigado", disse, entrevistado pela Sport TV numa entrevista rápida que no final dos jogos costuma ser um exclusivo de jogadores e treinadores.
Há 22 anos fez o primeiro jogo da I Liga, despede-se precisamente no mesmo terreno, com todo este simbolismo. Este sinal de união entre adeptos, entre as jogadoras, entre todos os agentes do futebol, significa que algo está a mudar no futebol português, de que tudo vale a pena?
“Mudar para melhor sempre vale a pena, e tudo vale a pena quando a alma não é pequena. E se a alma dos adeptos, dos jogadores, nós, vós, jornalistas, tudo está a mudar para melhor, enfim, façamos esforços para que a mudança seja em conjunto, para o melhor de todos. Se valeu a pena, valeu. Foram 31 anos de alegria, dignificar esta causa nobre que é a arbitragem, um estandarte que levanto desde os 18 anos, que nada me arrependo, voltaria a fazê-lo. Fui feliz e estou feliz. Obrigado a todos, em especial ao meu falecido pai.”