Tecatito fez os mesmos golos (dois) das primeiras épocas com Conceição, mas agora juntou-lhes um número inédito de ofertas no período em análise. Isto, mesmo sendo o mais desgastado do plantel
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A versão de Corona que se passeou pelos relvados na primeira dezena de jogos da época do FC Porto é a melhor de sempre do mexicano.
Tecatito acrescentou uma característica importante ao seu jogo: as assistências
Os números são cristalinos como a água: são sete ações decisivas (dois golos e cinco assistências) neste ciclo de tempo, algo que nunca logrou nas primeiras sete temporadas no futebol europeu. Aliás, nem lá perto chegou.
O anterior máximo eram quatro, fasquia que tinha atingido por três vezes: duas em representação dos dragões e uma pelo Twente [ver infografia].
Nesta fase, Sérgio Oliveira é o único portista que tem mais (nove), já que leva o triplo dos golos de Tecatito (seis), ou não fosse o médio o novo marcador de penáltis da equipa (e já bateu dois com sucesso).
O impacto ofensivo de Corona não é alheio à missão que Sérgio Conceição lhe tem confiado esta época. Depois de em 2019/20 ter alternado entre a defesa e o ataque, devido à intermitência de Manafá e às dificuldades de adaptação de Saravia, na atual o mexicano tem jogado sempre mais próximo da baliza adversário.
De resto, a frequência com que apareceu em zonas de finalização nesta primeira dezena de jogos já lhe permitiu marcar por duas ocasiões, frente a Boavista e Sporting (campeonato), algo que também se havia verificado nas duas primeiras temporadas de Conceição no clube.
Sete ações decisivas nos primeiros dez jogos da época fazem deste começo o melhor de sempre
Ao contrário do que sucedeu nessas, contudo, Tecatito acrescentou uma característica importante ao seu jogo: as assistências. Na época anterior já tinha feito quatro no período de tempo em análise, mas nesta ainda melhorou esse registo. Marega foi quem mais partido tirou das ofertas do ala, faturando a Boavista e Marselha, mas Otávio, Luis Díaz e Sérgio Oliveira também engordaram a conta dos golos à sua custa.
Desgaste na seleção para recuperar na Taça
O melhor arranque de Corona chega numa temporada em que, curiosamente, tem sido a mais desgastante do ponto de vista pessoal. O mexicano ainda não falhou qualquer desafio do FC Porto (dez) ou da seleção (dois) e leva 1038 minutos nas pernas, mais três do que Pepe (o segundo), que viu uma lesão dar-lhe agora algum tempo para recuperar o fôlego.
O registo de Tecatito, que transmitiu alguns sinais de cansaço na receção ao Portimonense, no domingo, deverá aumentar ainda mais nos próximos dias, uma vez que Tata Martino referiu que pretende juntá-lo a Raúl Jiménez e Hirving Lozano no ataque da "Tri" nos particulares com a Coreia do Sul e o Japão.
Tendo em conta que o argentino que orienta os mexicanos leva os jogos "a feijões" a sério e que em outubro o utilizou durante 180 minutos, tudo aponta para que o portista não vá ter descanso nesta semana e meia. Felizmente para ele, o calendário reservou um encontro da Taça de Portugal depois da seleção, permitindo a Conceição dar-lhe uma folga.
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