Guitane tenta encaixar nas ideias de Carvalhal e hiato pode ajustar comportamentos. Makouta antecipa relação proveitosa
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Guitane ainda não conseguiu encontrar conforto em Braga com uma titularidade que não surtiu efeito frente ao Maccabi Telavive e uma chamada tardia ao jogo no Dragão. Com esta paragem, o franco-argelino, de 25 anos, é um dos jogadores que Carvalhal espera desenvolver, apurando rotinas e padrões competitivos mais consentâneos com a nova realidade. Até porque o técnico tocou um par de vezes na diferente exigência entre Estoril e Braga.
Ex-médio do Boavista contactou no Le Havre com criativo cedido aos minhotos pelo Estoril, fizeram-se amigos e o congolês sente que Guitane encontrou o clube certo para brilhar.
Quem bem conhece Guitane, em Portugal modelo de virtuosismo pelo que fez no Estoril e também no Marítimo, é Makouta, médio que se notabilizou no Boavista, agora na Turquia, e que teve convivência com o criativo da Pedreira no berço de ambos: o Le Havre, de França. Do contacto adolescente aos jogadores feitos, sai sucinta uma bonita interpretação. “Ele cresceu muito, ficou mais forte e tem barba. Mas sempre foi alguém superior tecnicamente, promissor”, regista Makouta, detalhando a qualidade de Guitane a fazer a diferença, agora que está em Braga.
Makouta representou o Braga durante cerca de um ano, tendo apenas jogado pela equipa b. atuou em 22 jogos
“Vimos como ele foi desequilibrante no Estoril, as oportunidades que gerou com dribles, passes e remates. Num bom dia, decide claramente o destino da partida”, gaba Makouta, a alinhar pelo Alanyaspor, valorizando as esperanças dos adeptos minhotos por um criativo cedido pelo Estoril, ficando o Braga com investimento de 5 milhões numa opção de compra não vinculativa. Tratou-se de um recurso de oportunidade nos últimos dias do mercado. “É o clube certo à altura das ambições de Rafik e do que ele pode mostrar em campo. Vai lutar por títulos e atuar nas provas europeias.”
Negócio: franco-argelino chegou sem custos, numa operação com opção de compra de 5 M€
O ex-boavisteiro, que também passou pelos arsenalistas, aponta que o Braga identificou um “jogador especial”. “Eles têm ótimos jogadores mas nenhum com o estilo de Rafik. Trará mais ritmo, diversidade, desestabilização e perigo nos últimos metros. Não há treinador que se possa queixar”, sustenta, vislumbrando bons tempos do amigo no Minho.
“No Braga terá mais impacto e visibilidade, espero que marque, seja influente e decisivo”
“Conheço-o e sei das suas capacidades, acredito que vai confirmar todas as esperanças. Fez isso no Marítimo e Estoril, no Braga terá maior impacto e visibilidade. Espero que marque, que seja decisivo e influente nos resultados da equipa na I Liga e na Europa”, expressa o médio. Aprovado pelo talento visto no Marítimo, com 60 jogos, acrescentando mais fantasia na passagem pelo Estoril, em 57 jogos, Guitane impressionou sempre pela capacidade de penetração e quilate das assistências.
No Rennes por oito milhões: “Era esperança e confirmou...”
Viajando pela juventude no Le Havre, Makouta descreve a ligação que se fez, apesar da ligeira diferença de idades. “Éramos jovens no centro de treinos mas ficámos amigos. Ele, mais novo, ficava um pouco mais com os da sua geração. Era simples, reservado e respeitador. Ficando confortável, mostrava bom humor”, lembra, não ignorando a reputação que fez de Guitane internacional jovem pela França. “Era muito conceituado no clube pelo potencial e qualidades. Era uma grande esperança e confirmou isso, sendo vendido ao Rennes por oito milhões de euros”, precisa. “Éramos parceiros quando fazíamos dois contra dois. Divertíamo-nos juntos.”