Tal como os outros elementos da equipa técnica que foram ouvidos em tribunal, também Jorge Jesus falou sobre a reunião com Bruno de Carvalho, descrita como o suposto "fim de linha".
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"Tínhamos jogado no domingo com o Marítimo e marquei o treino para terça-feira de manhã. Eu na segunda fui convocado para uma reunião com o presidente. Quando fomos convocados achámos a reunião anormal e pensámos que íamos ser todos despedidos. O presidente falou comigo e lembro-me da intervenção dele como se fosse hoje. Disse-me que tinha chegado o fim da linha, argumentou e eu não respondi. Ele perguntou-me se eu tinha algo a dizer e eu disse que só estava a ouvir", relatou esta terça-feira Jorge Jesus, em depoimento no julgamento do processo do ataque à Academia do Sporting.
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"[Bruno de Carvalho] Informou-me que os advogados do Sporting iam fazer uma nota de culpa e disse que esta era entregue à tarde [do dia 15]. O treino foi passado para a tarde e ele disse que se não chegasse nada até ao meio-dia para darmos o treino", contou o treinador, agora ao leme do Flamengo, que diz ter notado "alguma cumplicidade" entre Fernando Mendes, antigo líder da claque Juventude Leonina, e o ex-presidente do Sporting:
"Bruno de Carvalho também partilhou comigo e com a minha equipa técnica a conversa pela madrugada fora [de domingo para segunda] com Fernando Mendes. Disse que tinha desbloqueado o que estava preparado. Nas festas a que fui da Juve Leo notei cumplicidade entre Fernando Mendes e Bruno de Carvalho", afiançou Jesus, lembrando também o episódio no aeroporto da Madeira.
"No aeroporto da Madeira, Fernando Mendes e outro colega entraram numa reservada à equipa e começaram a ofender-nos. O William, um segurança e eu tentámos acalmar. Penso que os insultos eram dirigidos à equipa, não notei que fossem insultos individualizados. Fernando Mendes avisou que iam lá estar [na Academia] no primeiro dia de treinos", rematou Jorge Jesus.