Icónico lateral-esquerdo do FC Porto vai ter uma estátua erguida em Bagé, cidade natal. Em conversa com O JOGO, o brasileiro destacou a importância do percurso na Invicta
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É um dos laterais mais icónicos da história do FC Porto e vai ter direito a uma segunda estátua, depois de ter tido esse reconhecimento no museu do clube: Branco, 57 anos, continua a acumular triunfos e não esquece a passagem por Portugal, à qual atribui enorme importância numa carreira vasta.
O pontapé-canhão já está eternizado no museu dos dragões, para orgulho do campeão do mundo. Chegou no final dos anos 1980, relançou a carreira de azul e branco e conquistou dois títulos
A sua cidade natal, Bagé, no Rio Grande do Sul, vai atribuir-lhe a estátua numa cerimónia marcada para sábado, mas o brasileiro já conversou com O JOGO. Ao falar sobre Portugal, país que considera a segunda pátria, a voz de Branco é de pura emoção, com a lembrança de como foi bem recebido pelos portugueses e pelo FC Porto, no final dos anos 1980.
"Vim da Itália após uma passagem frustrada pelo Bréscia e atuar pelo FC Porto foi o meu resgate como jogador, onde pude conquistar títulos importantes. Adoro os portugueses, receberam-me de braços abertos e propiciaram-me ótimas temporadas. Até tenho uma estátua no museu do clube. Amo Portugal e sinto-me muito bem quando vou lá visitar os meus amigos", afirmou Cláudio Ibrahim Vaz Leal, conhecido desde a infância no futsal por Branco, nome inscrito nas balas de canhão que lhe saíam do pé esquerdo.
"Como eu digo sempre, naquela época, chutava a bola dentro do balneário e ela entrava na baliza do adversário"
"Como eu digo sempre, naquela época, chutava a bola dentro do balneário e ela entrava na baliza do adversário." Foram 12 disparos certeiros em 80 partidas pelos azuis e brancos, num trajeto que se iniciou no mesmo dia em que Vítor Baía se estreou, um empate (1-1) em casa do V. Guimarães, a 11 de setembro de 1988.
Dois anos mais tarde, Branco saiu das Antas para o Génova (Itália), mas a marca que deixou no FC Porto ainda hoje perdura. Foi campeão nacional e levantou uma Supertaça e o ponto mais alto da carreira deu-se em 1994, com a conquista do Mundial. "Estou muito feliz e orgulhoso com esta homenagem que a cidade me está a fazer, com amigos e familiares. E em vida, o que é muito importante. Saí de lá com 17 anos, passei por inúmeros países, fiz golos importantes e conquistei títulos. Receber esta homenagem significa que trilhei um caminho de sucesso, que pode servir de exemplo para muitos jovens", resumiu Branco, que hoje se dedica à coordenação das seleções jovens e olímpica do Brasil.
Bateu a covid-19 e chegou ao ouro
O ano de 2020 foi de "muitas emoções" para Branco, com dois enormes triunfos, um pessoal e outro profissional. O brasileiro ficou infetado com covid-19 e o estado de saúde agravou-se gradualmente até ter sido necessário o internamento nos cuidados intensivos e o recurso à ventilação. Temeu-se o pior, mas Branco saiu por cima e ainda juntou outro título ao palmarés. "Conquistei o único ouro que não tinha, o Olímpico. Não tenho do que reclamar, mas agradecer por ter saúde e poder viver estes momentos", reconheceu.