"Nos últimos quatro jogos fora, o único que perdemos bem foi com o Benfica"

Muitos disseram que o Sporting estava a caminho do bicampeonato antes destas duas derrotas. Estes resultados baralham as contas do campeonato? É um jogo fundamental? "É fundamental, única e simplesmente, pelo cenário de alta exigência que queremos cultivar aqui dentro. Não é que o clube não tenha, porque tem. Os adeptos têm, e muito bem, mas queremos que seja muito incutido no nosso balneário. Temos jogadores novos, que estão a dar passos dentro do clube e esse nível de exigência tem de ser altíssimo. Isso também se motiva e educa. Temos feito muito esse trabalho com os jogadores e o jogo de amanhã não representa mais do que isso. É mais uma oportunidade que temos de somar mais três pontos aos que já temos, significa o colar no topo da classificação com o adversário que neste momento está em primeiro e é isso que queremos fazer amanhã. Olhar para o jogo de forma muito séria, competitiva, ambiciosa, mas desconfiados de uma equipa que estará do outro lado com um treinador novo, que tem esse ‘boost’ emocional que, se calhar, vai levar os jogadores para outros patamares de rendimento, perceber que, se calhar, esse treinador que, quando foi jogador, tinha o perfil de alguém que era muito competitivo e vai querer incutir isso na sua equipa. É isso que teremos de ter muito em conta amanhã."

Registo fora do FC Porto é negativo. Até que ponto este jogo é fundamental para virar essa página e afastar a desconfiança? "É importante por ser o próximo. É verdade que os últimos quatro jogos fora não foram bem sucedidos, mas em todos eles a história foi diferente. Em Itália, com a Lázio, o resultado é perfeitamente injusto. Na Bélgica, parece-me que temos o jogo praticamente no bolso e deixámo-lo cair. Em Moreira de Cónegos, o Moreirense – com todo o respeito –, não fez para ganhar aquele jogo. Tivemos dois lances para fazer o 2-1 na segunda parte. O único jogo em que perdemos verdadeiramente bem foi com o Benfica. Há que assumi-lo sem rodeios ou estar aqui com meias palavras. Os outros três, não parece que tenha sido esse o caso. Já ganhámos nos Açores ao Santa Clara, em Guimarães também, de forma convincente, redonda, e é isso que queremos fazer amanhã."

Até há bem pouco tempo, parecia ser distante chegar ao Sporting, mas no próximo até pode ultrapassar. O que aconteceu para que isso possa acontecer? "Ultrapassá-lo parece-me difícil, porque teríamos de ter um resultado, se calhar, histórico no futebol português, ganhando amanhã em Famalicão por 12 ou 13 golos de diferença. Parece-me que não vai acontecer. São ciclos das equipas. Todas têm ciclos melhores, menos bons. Tocou-nos a nós, agora a um adversário direto. É futebol. Os clubes vivem realidades diferentes em determinados momentos da época. Depois, se calhar, estas mutações nos comandos técnicos, tudo isso não ajuda ninguém. Mas é uma realidade com a qual temos de saber viver e estarmos preparados para ela."