Apesar do interesse de um clube turco, o médio continua dependente das necessidades da SAD
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Suplente utilizado nas primeiras duas jornadas, Seba Pérez é um dos jogadores com maior percurso de xadrez ao peito, respondendo pela experiência dos 31 anos e pelos créditos de internacional colombiano em dez ocasiões. O médio-defensivo, homem apreciado pela muita entrega em cada jogo, apresentando já 120 presenças oficiais no Boavista, não tem descurado a competitividade, mesmo vivendo num contexto difícil, perante a mágoa da saída não ter sido consumada, como aconteceu com outros companheiros negociados, casos de Pedro Malheiro e Chidozie.
Colombiano aguardava ser negociado, mas as circunstâncias difíceis em que o clube vive e o escasso valor de mercado na entrada para o último ano de contrato complicam a sua saída do Bessa.
Seba recebeu várias abordagens e desde há algumas semanas lida com um interesse muito concreto da Turquia, sem que o Boavista devolva disponibilidade a quem acena com proposta do outro lado. O colombiano, que parte para o último ano de contrato, viveu semanas de inquietação e incerteza quanto ao futuro, sabe O JOGO, pois havia recebido indicações favoráveis a uma transferência no final de 2023/24 e pressentia abertura para sair neste mercado, mas deu conta de várias interferências que dificultam o processo, como as debilidades do plantel, as restrições nas inscrições e o facto de os montantes oferecidos pelo seu passe não serem suficientes para atenuar o atual estrangulamento financeiro.
Devoção aos adeptos
Como até o anunciara numa entrevista a O JOGO, no final da época, Seba tinha a perspetiva de sair, pelo compromisso que sempre revelou até nas horas de aperto, sem beliscar a estrutura. Vendo probabilidades mais escassas de ir em busca de outro conforto financeiro, no imediato, um clube turco ainda estava pendente da abertura do Boavista à negociação, mas Seba vai-se mentalizando que vai mesmo ficar - cenário que nunca negou pela ligação afetiva às bancadas - embora podendo já sair livre em janeiro, de acordo com um entendimento apalavrado com a cúpula.
O médio cafetero dá garantias na transmissão da mística, pelo que a sua saída tem sido fortemente blindada, face às dificuldades internas. No Bessa, o jogador permanece de espírito inabalável, na dedicação a cada treino, por respeito aos adeptos, mesmo defraudado por expectativas que foram sendo goradas.