Rendimento apresentado pelo criativo não tem passado despercebido ao técnico da equipa das Quinas. Monitorização a sério por parte do staff começou bem antes, nos estágios dos sub-21
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Numa época de grande irregularidade no FC Porto, Rodrigo Mora tem sido o raio de luz que ilumina um futuro mais esperançoso e, anteontem, voltou a dar razão a quem o elogia. Depois de um grande golo, que valeu os três pontos, Martín Anselmi foi taxativo em relação ao futuro do jovem criativo – “vai estar connosco na próxima época, tenho a certeza”, disse – e vaticinou uma chamada à Seleção Nacional no futuro.
Um cenário que, a cada boa exibição do camisola 86, parece ficar mais próximo de se tornar real, até porque também já paira na mente de quem decide. Roberto Martínez é admirador confesso das qualidades do médio-ofensivo e, sabe O JOGO, já o integrou na lista mais reduzida de pré-convocados (a rondar os 40 jogadores) para os jogos de Portugal com a Dinamarca, em março. Na altura, como o próprio selecionador admitiu, a lesão muscular sofrida por Mora menos de duas semanas antes da divulgação dos eleitos “estragou-lhe” os planos, mas, se há algo que não falta ao prodígio dos dragões, é tempo. Principalmente porque a inclusão de Rodrigo num lote mais restrito de opções para a equipa das Quinas não se tratou de algo momentâneo.
Segundo informações recolhidas pelo nosso jornal, a monitorização do progresso do jogador de 17 anos pelo staff de Martínez já vem de trás e foi feita bem de perto nos dois estágios que Mora realizou na Seleção de sub-21, em setembro e outubro do ano passado, estratégia também adotada em relação a outras pérolas do futebol nacional. Em novembro, altura em que começou a surgir com maior regularidade nas opções da primeira equipa do FC Porto, não foi chamado por Rui Jorge, mas já figurou numa lista mais abrangente do selecionador principal. Desde então, Rodrigo Mora tem colecionado momentos de brilho de dragão ao peito, em particular no último mês. O criativo marcou três golos nos últimos quatro encontros do FC Porto e contou com Roberto Martínez bem atento em dois deles: o técnico espanhol assistiu “in loco” ao jogo com o Estoril, na Amoreira, e ao clássico com o Benfica, no Dragão.
Contas feitas, Mora leva já seis golos marcados na equipa principal do FC Porto, todos na I Liga, a que junta três assistências. Um registo que, de resto, o levou a bater mais um recorde de precocidade no clube azul e branco. Nunca um jogador portista tinha chegado à meia-dúzia de remates certeiros em tão tenra idade. Rodrigo fê-lo com 17 anos e 11 meses – atinge a maioridade a 5 de maio –, ultrapassando o anterior recordista, de seu nome Fernando Gomes, que viria a tornar-se no maior goleador da história do FC Porto. Contudo, só chegou aos seis tentos já com 18 anos e um mês, em 1974.
De resto, o capital de importância de Mora vai crescendo a olhos vistos. A coqueluche portista já rendeu, de forma direta, quatro pontos no campeonato e é o segundo melhor marcador no plantel, apenas atrás de Samu (Galeno e Nico saíram em janeiro). Sinais de crescimento que podem ganhar dimensão em breve. A renovação de contrato já está a ser negociada e a chamada à Seleção, quando surgir, será vista como natural. Rodrigo já tem um pé na porta...