O médio-ofensivo Zé Gata é novidade no plantel 2025/26 do Caldas e começou com um golo que deu a vitória frente ao Covilhã, por 2-1
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Zé Gata é nome que quase se confunde com o de Zé Gato, célebre série de televisão policial do final da década de 70. No entanto, aqui a conversa é outra. José Pedro Neves Gata foi nome em destaque na temporada passada, no Campeonato de Portugal, com 15 golos em 28 jogos pelos Marialvas. De tal forma que o Caldas olhou para o médio ofensivo/avançado de 24 anos e puxou-o para a Liga 3. Em boa hora, pelo menos para já, pois Zé Gata saiu do banco para dar a vitória na primeira jornada da Série B, frente ao Covilhã (2-1).
“Gosto de ser positivo, de pensar que entro para acrescentar e, de facto, era difícil pedir melhor”, afirmou a O JOGO. “Depois da época que fiz, queria subir patamares. O Caldas era uma das possibilidades que tinha e achei que era o sítio certo para continuar a fazer golos”, acrescenta o atacante natural de Anadia. Só recentemente é que Zé Gata começou a pisar terrenos mais avançados em campo. Antes, era médio de vocação menos ofensiva. “Começaram a meter-me como segundo avançado e extremo. Sinto-me confortável porque tenho o chamado faro de golo”, comenta.
Começou a jogar a bola no Anadia, mas nos sub-13 foi contratado... pelo Benfica. “Observaram-me, as coisas correram-me bem e fui para Lisboa”, recorda. “No início, a mudança é sempre difícil. Foram as saudades da família, o ser tudo novo, mas no Benfica vivemos numa bolha muito boa; depois, o difícil foi sair de lá”, contou, aludindo à mudança para o Tondela, no sub-19. No Seixal estreitou laços com nomes como o guarda-redes João Monteiro (Sanjoanense), o central Alexandre Penetra (AZ Alkmaar) e o avançado Gonçalo Ramos (PSG). “Percebemos desde cedo que a mentalidade do Gonçalo Ramos era muito diferente e que podia chegar longe por isso mesmo”, recordou. Quando subiu a sénior, resolveu regressar ao Anadia. Na altura foi operado a um ouvido, e o surgimento da covid-19 “prejudicou” aquela geração de juniores. Jogar na Liga 3 não é novidade, pois já o tinha feito por Anadia e Amora, mas agora garante estar “mais maduro”. “Quero que este seja o ano de afirmação, mas preciso que as coisas coletivamente corram bem, pois assim o individual vai sobressair”, deseja, vendo qualidade no grupo para tal. “Gosto muito da equipa que temos. Vamos trabalhar para fazer coisas bonitas”, prometeu.
Herdou nome do avô espanhol e faz coreografia à medida
Foi do avô paterno, com nacionalidade espanhola, que Zé herdou o apelido Gata. “No início não gostava muito, mas depois comecei a apreciar mais. Alguns colegas brincam comigo por causa disso e agora tenho tanto orgulho no meu apelido que o meu festejo é para brincar com a situação”, revelou. “Já o fiz contra o Covilhã, mas tenho de treinar mais: mostro as garras e imito um gato”, descreveu.