Águias encaixaram cinco à boca da baliza, registo que Henrique Calisto justifica com a falta de velocidade e sincronia dos centrais.
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O Benfica versão 2020/21, sob as ordens de Jorge Jesus, tem-se destacado pelo poderio ofensivo, mas evidentes têm sido também as lacunas defensivas, como o técnico até admitiu ontem,sábado, referindo que a sua linha de quatro defesas não está "aprumada".
De tal forma que as águias levam já 13 golos sofridos em dez partidas, seis deles nos derradeiros dois encontros.
O técnico viu-se obrigado a mexer frequentemente no alinhamento do setor mais recuado, sobretudo nas laterais, mas perante as dificuldades em travar os ataques contrários o conjunto benfiquista tem sido muito permissivo na área, nomeadamente na pequena área. Isto porque dos 13 golos consentidos, cinco são nesta zona do terreno, levando a que as águias, entre os quatro primeiros classificados, sejam as mais frágeis.
Henrique Calisto considera a O JOGO que "a dupla de centrais , mais do que classe individual, requer também um trabalho de sincronização dos dois jogadores". "Vertonghen e Otamendi conhecem-se há pouco tempo, é preciso sincronização entre eles. Além disso, na defesa que começou o último jogo não havia nenhum elemento da defesa habitual da época passada, o que também leva a oscilações", analisa o experiente técnico, acrescentando que, "mais do que o ofensivo, o trabalho defensivo requer mecanização e sincronização e neste fase Jorge Jesus não tem tido tempo".
Porém, as explicações para a permeabilidade encarnada não acabam aqui. "Os dois centrais não são muito rápidos e é preciso uma estratégia para proteger as suas costas. O Benfica joga subido e abre espaço nas suas costas. E como os laterais também jogam muito subidos, os avançados adversários conseguem entrar no espaço. São situações que se pagam caro", refere, apontando o dedo também ao resto da equipa, exemplificando que "o Benfica não tem um meio-campo também muito defensivo".
Para Calisto, "o Braga pode aproveitar esta situação porque tem jogadores para isso, que atacam bem a profundidade, como o ponta de lança [Paulinho]". "O Benfica tem que ter cuidado", avisa.