Largou a zona de conforto, a cidade natal e o clube de sempre, o Melbourne Victory, para "aprender". Meio ano depois, o central australiano está "feliz". Afinal, o mais complicado é aprender português
Corpo do artigo
O australiano Nick Ansell vive, em Tondela, a primeira experiência fora do país de origem. "O Tondela abriu-me as portas e estou feliz com a equipa e com o meu desempenho.
" O central, 23 anos, não resistiu à paixão que desde criança sentiu pelo futebol e nunca se interessou pelo râguebi, modalidade-rainha da terra natal. "Venho de um clube mesmo grande; o Melbourne é o Benfica ou o FC Porto no meu país. Vim para Portugal para ser melhor jogador. Estou no sítio certo para aprender e alcançar o meu sonho, que é jogar pela seleção A." Meio ano depois do início, sente esta aventura no bom caminho. "A adaptação foi mais fácil do que pensei, todos ajudam: Pepa, o staff, os colegas falam muito comigo", conta, mas sabedor de que é preciso superar novo desafio: "No Melbourne, jogava em posse, agora o estilo é diferente, há que apostar nas transições, o futebol é mais intenso, mais técnico, tem mais velocidade, o ritmo é superior."
Encontra, porém, uma semelhança: "Há muita contestação aos árbitros, muita confusão. Nisso é igual." Por cá, diz gostar de "tudo". "O pior, mesmo difícil, é falar português..." "Devastador" foi o fogo de 15 de outubro. "Andei a ajudar a apagar os incêndios, vi famílias a sofrer, foi muito difícil para nós, não treinámos por causa do fumo e o cheiro a queimado perseguia-nos", recorda.
Com dez jogos disputados, Nick Ansell sabe que para conquistar um lugar entre os eleitos da Austrália para o Mundial da Rússia, é preciso "jogar mais" e "ter sucesso no Tondela". Por isso promete "dar luta" aos titulares Ricardo Costa e Osório.
Apurada para o quarto Mundial consecutivo, a Austrália está sem selecionador, o que o deixa na expectativa de uma vaga: "Dos habituais convocados, o Matthew Jurman está na Coreia do Sul; o Bailey Wright em Inglaterra; e o Trent Sainsbury e o Ryan McGowan na China. Eu estou no campeão da Europa", diz em defesa da esperança.