Após o pesadelo no jogo com o Union Berlim, central teve de entender os prejuízos causados e esforçar-se por recuperar a confiança. Maliano soube aceitar período de reflexão e Artur Jorge não demorou a reconhecer a importância de o ter nas opções. Com titularidade e golo na Choupana, posição do ativo ficou normalizada.
Corpo do artigo
“Que noite perfeita”, assim resumiu e partilhou Niakaté no Instagram, num balanço muito pessoal da importância do jogo na Choupana, por ter alinhado de início e por ter marcado um dos golos, que tornou o triunfo minhoto gordo o suficiente para validar o apetite pela final four da Taça da Liga. O internacional maliano cumpriu todos os passos de um desafio de redenção que lhe foi lançado por Artur Jorge, após ter sugado muitas energias à equipa com a sua expulsão diante do Union Berlim, que ameaçou beliscar uma continuidade dos guerreiros na Europa.
O quinto vermelho da sua experiência de época e meia em Braga provocou maior onda de reprovação e o próprio treinador não deixou de identificar esse padrão disciplinar problemático no maliano, inclusive pelos custos que teve para o coletivo nos resultados averbados. A expulsão de Niakaté na Champions levou Artur Jorge a desligá-lo da ação em dois jogos do campeonato, impondo uma autoavaliação ao central e necessária contenção na sua forma de atuar. Foi também uma forma de preparar a equipa para o jogo em Nápoles, procurando afinar comportamentos atrás sem a presença do seu central mais veloz, num jogo de elevadíssimo cartaz.
Após a derrota do Braga em Itália, desenhou-se o cenário de um regresso de Niataté ao planos, até por dificuldades manifestadas pelos outros centrais e pela proximidade de um encontro de previsível aturado trabalho defensivo, na Luz. O jovem africano não foi direto ao onze contra o Benfica, mas a exposição de Serdar a uma expulsão acabou mesmo por retirar o antigo defensor do Guingamp da reclusão competitiva.
A resposta foi competente e a titularidade na Choupana, na Taça da Liga, escancarou o regresso à normalidade para Niakaté, reconhecido como o central mais rápido do plantel, mais feroz na marcação e com uma robustez de grande ativo para o futuro. O golo deu um sabor extra, numa altura em que muito necessitava de elevar índices anímicos, depois de ter passado por fase de maior julgamento e permeabilidade emocional.
Niakaté já leva 52 jogos com a camisola do Braga e é um dos jogadores com potencial para fazer crescer a sua cotação no mercado, depois de ter custado 1,8 milhões aos cofres do clube português. O golo contra o Nacional foi o segundo da temporada, o quinto desde que joga pelos guerreiros, exibindo também assinalável vocação ofensiva, equilibrando o número de expulsões com a quantidade de golos. O maliano tentará prevalecer como opção para o onze nos próximos jogos, condição que ostentava antes, preferencialmente ao lado de Fonte.