Declarações de António Araújo, médico do Gil Vicente.
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O médico do Gil Vicente garantiu esta quarta-feira que os futebolistas do nono classificado da I Liga estarão capacitados para subir aos relvados no final de maio, no âmbito do plano de desconfinamento motivado pela pandemia de covid-19.
"Estaremos preparados para regressar aos jogos e terminar o campeonato dentro de campo. Isso não depende de nós, mas assim procederemos se nos forem apresentadas todas as condições de segurança. A Direção-Geral da Saúde [DGS] está a trabalhar nesse sentido e nós estamos a fazer a nossa parte, aguardando por novas indicações", referiu António Araújo, numa conversa promovida pelos minhotos nas redes sociais.
Os galos aproveitaram a entrada do país em situação de calamidade no domingo, após três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março, para voltar a pisar o relvado de forma individualizada no dia seguinte, quase um mês e meio após a suspensão da I Liga, que deve ser reatada à porta fechada a partir de 30 e 31 de maio.
"Todos querem que o futebol volte, pois será um sinal muito positivo para a sociedade e significa que a situação em Portugal estabilizou. Neste momento não temos grandes respostas sobre o plano definitivo da retoma, nomeadamente quanto às datas dos jogos, mas delineámos uma estratégia de treino para os próximos dias e semanas", observou.
Depois de os 45 membros da estrutura do Gil Vicente terem recebido resultados negativos aos testes de despistagem ao novo coronavírus efetuados na quinta-feira, o treinador Vítor Oliveira tem distribuído o plantel em horários e espaços diferentes dos relvados dos estádios Cidade de Barcelos e Adelino Ribeiro Novo e do Campo de Carvalhal.
"Esta paragem foi mais extensa do que o habitual período de férias de final de época e constitui um desafio para todos. Agora isto não é bem uma pré-época porque temos muitas limitações e os treinos são bastante atípicos: os atletas equipam-se em casa, trabalham de forma individual e têm todo o material individual higienizado", descreveu.
A planificação vai manter-se nas próximas duas semanas e só evoluirá para treinos coletivos "com autorização superior", na ausência do defesa Fernando Fonseca, a recuperar de uma lesão da sindemose, contraída no empate caseiro com o Santa Clara (1-1), em 08 de março, que correspondeu à última partida dos minhotos antes da paragem.
"O esforço dos portugueses nestes quase dois meses foi fundamental para o Governo estar a aligeirar as medidas de confinamento e as pessoas retomarem rotinas. Importa continuar a respeitar tudo o que foi feito até aqui e não enveredar por uma falsa sensação de segurança. Só juntos conseguiremos ultrapassar este problema", alertou.
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Numa época assinalada pelo regresso ao principal escalão do futebol nacional, após uma reintegração administrativa a partir do Campeonato de Portugal, na sequência do "caso Mateus", o Gil Vicente ocupa a nona posição à entrada para as 10 jornadas finais, com os mesmos 30 pontos de Moreirense e Santa Clara, 14 acima da zona de descida.
A realização dos 90 jogos da I Liga, que é liderada pelo FC Porto, com um ponto de vantagem sobre o campeão Benfica, e da final da Taça de Portugal, entre dragões e águias, ainda está sujeita à aprovação por parte da DGS de um plano sanitário apresentado ao Governo pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional.