Avançado de 40 anos do Aves SAD falou das dificuldades que passou na infância
Corpo do artigo
O experiente avançado Nenê, de 40 anos, um dos artífices da subida do Aves SAD à I Liga com 23 golos em 2023/24 no segundo escalão, falou ao Globoesporte sobre a infância difícil que viveu.
"Venho de uma família muito pobre. Para conseguir ténis ou alguma roupa, resolvi sair cedo para trabalhar para não incomodar a minha mãe. Tenho isso como um orgulho. Era de segunda a segunda", recorda, referindo-se, segundo a publicação, a um trabalho de cobrador de bilhetes em transportes ilegais, para o qual acordava às cinco da manhã e gritava ainda o nome das paradas aos passageiros.
Sobre a experiência em Portugal, comentou: "Fiz quatro golos em seis jogos no Ipatinga, que acabou rebaixado. Quando voltei, o Adilson disse que eu não fazia parte do elenco. Fiquei a treinar separado, o Cruzeiro montou uma equipa B e organizou uma viagem para três amigáveis em Portugal. Lá, fiz cinco golos. Então o treinador do Nacional da Ilha da Madeira pediu a minha contratação. Fui emprestado por um ano, quando fiz 25 golos. Fui o artilheiro do campeonato português 2008/2009 com 20 golos, num ano em que havia o Liedson no Sporting e o paraguaio Óscar Cardozo no Benfica. Fui comprado pelo Nacional por cerca de 500 mil euros. E, no ano seguinte, fui para o Cagliari, de Itália. Até hoje se lembram do meu golo contra a Juventus.
Veja o golo de Nenê com Buffon na baliza:
Nenê abordou ainda o projeto do Aves SAD: "O dono do Viafranquense queria que o clube tivesse um estádio, mas isso não aconteceu. Então levou o clube para Vila das Aves. E aqui conseguimos o acesso logo no primeiro ano. No início o estádio tinha só alguns senhores, umas duas mil pessoas, mas no último jogo contra o Portimonense o estádio estava lotado, tinha umas sete mil pessoas. A cidade abraçou-nos e levamos a equipa à I Liga."