No mesmo texto, Bruno de Carvalho responde ainda às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e lembra que não tenciona afastar-se do cargo que ocupa
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Na nota pessoal enviada à agência Lusa Bruno de Carvalho acusou o chefe de Estado de "não ter sido taxativo" a confirmar a presença no estádio do Jamor, para a final da Taça de Portugal, uma manobra que disse lamentar e lhe permite apenas fazer "duas leituras".
Em primeiro, que o chefe de Estado "lhe está a imputar responsabilidades", (...) deixando instalar a dúvida". Em segundo, que Marcelo Rebelo de Sousa está "disponível para aceitar que um grupo de marginais ponha em causa a realização de um evento relevante e que se ache no direito de acreditar que influencia as suas decisões", de acordo com a nota.
Na quarta-feira, o Presidente da República disse sentir-se "vexado" com os incidentes e questionado sobre se vai no domingo à final da Taça de Portugal, no Jamor, Marcelo respondeu apenas: "para já não quero dizer mais nada".
Contra todos os que o têm difamado - políticos, jornalistas e comentadores - Bruno de Carvalho garantiu que vai "mover ações cíveis".
As ações estender-se-ão a figuras públicas como Daniel Sampaio, José Maria Ricciardi ou Rogério Alves, os quais afirmaram que Bruno de Carvalho "não tinha condições de continuar a exercer o cargo", acrescentou.
O presidente do clube de Alvalade classificou como "terroristas" os atos cometidos na terça-feira e queixou-se do linchamento público de que tem sido alvo.
"Não passa pela cabeça de ninguém que o Clube ou a SAD tivessem interesse neste tipo de atos de terrorismo contra os seus, ou outros", disse Bruno de Carvalho, sublinhando que tem "lutado com todas as forças contra a violência".
"Nunca tive qualquer tipo de ação que fosse geradora de violência como se comprova (...) pelos cinco anos [na presidência do Sporting] sem qualquer incidente. Lamento, por isso, que me estejam a ser imputadas responsabilidades, diretas ou indiretas, morais ou materiais desse ato absolutamente hediondo".
Quanto ao cargo, o presidente do Sporting não deixou dúvidas: não se demite. "Neste momento, sinto-me com a mesma capacidade, força, prazer e honra em servir o clube que amo, não vendo qualquer motivo enquanto sportinguista para me afastar de um trabalho e de um rumo que está a ser seguido com sucesso nestes cinco anos".