Miguel Pereira foi o obreiro da vitória do Espinho na Taça de Portugal e, entre a felicidade por marcar e o reconhecimento que tem recebido, mantém-se compenetrado no objetivo principal do clube.
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Tem 21 anos, é avançado e ajudou a fazer história na Taça de Portugal. Miguel Pereira marcou o golo decisivo na vitória do Espinho sobre o Chaves por 1-0 e não esconde a felicidade. Ainda assim, o jovem formado no Braga não se deixa iludir por estes dias de maior visibilidade e diz que está concentrado em faturar mais vezes e ajudar os vareiros a subirem de divisão.
Em conversa com O JOGO, no dia depois de carimbar a passagem à eliminatória da prova rainha, Miguel Pereira elogiou a exibição dos espinhenses e recordou as horas frenéticas que se seguiram à partida.
"Foi uma sensação muito boa. É sempre especial marcar um golo na Taça de Portugal ou no campeonato, mas este jogo foi contra uma grande equipa, com muita tradição no nosso futebol e que está a apostar no regresso à I Liga. É uma sensação especial, fizemos um grande jogo, acho que não se notou a diferença de divisões e estou muito feliz. Foi merecido", analisou. "Recebi algumas chamadas da família, que sempre me acompanhou, dos amigos, de pessoas ligadas ao clube, de adeptos... é sempre bom quando o esforço é reconhecido. Foi um dia diferente e fico contente. É sinal de que as pessoas estão atentas", contou.
Agora foi aos 71 minutos, mas a veia goleadora já se fez sentir há duas épocas, quando alinhava nas Taipas. Este é mais um golo "especial" e que cria memórias para um dia contar aos netos. "É um momento especial, que, sem dúvida, vou recordar mais tarde. Já tive momentos parecidos, também fiz um golo aos 93 minutos na Taça de Portugal quando jogava no Caçador das Taipas, e são momentos que vamos sempre recordar. São histórias que vou contar mais tarde. Espero continuar a marcar mais golos e, quem sabe, em patamar mais elevados, que é o que ambiciono".
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E é precisamente em divisões superiores que Miguel Pereira quer um dia estar. O sonho está lá, a idade assim o permite, mas por agora o objetivo é colocar o Espinho na II Liga e continuar a fazer bons números individuais. "A Taça de Portugal é uma montra para as equipas, mas também para os jogadores. Este golo não adianta de nada se agora não der continuidade no campeonato. O Espinho tem o objetivo de subir de divisão, é nisso que estou focado, quero ajudar a equipa e sei que as pessoas estão atentas. Tenho de trabalhar para quando surgir a oportunidade", referiu.
A chave do sucesso esteve na união da equipa do distrito de Aveiro, aponta o jovem jogador, e agora o limite... é o céu. "Acreditávamos desde o início, sabemos a qualidade e o espírito de grupo que temos. Há uma amizade muito grande entre todos, desde os que ficam de fora até ao roupeiro e ao presidente. Somos muito unidos e sabíamos que com a nossa atitude, a nossa raça vareira, iríamos criar muitas dificuldades ao Chaves. O sonho está vivo, não se paga para sonhar e vamos sonhar até quando for possível. É a festa da Taça e o Espinho é um clube com muita história, que merece estar em patamares maiores", rematou.
Em Braga a porta está sempre aberta...
Miguel Pereira fez grande parte da formação no Braga e alimenta o sonho de um dia vestir a pele arsenalista. Dos 14 aos 20 anos, o menino natural do Peso da Régua jogou na cidade onde a porta está sempre aberta e, apesar de não ser uma obsessão, um regresso é visto com bons olhos. "Se um dia o Braga fizer uma proposta... é um grande clube e nunca fecho a porta. Devo muito ao Braga, foi um clube onde aprendi muito e está no meu coração. Gostava muito de poder jogar na primeira equipa, naquele estádio onde eu ia muitas vezes. Mas o meu foco está em melhorar todos os dias para chegar ao mais alto patamar, seja no Braga ou noutra equipa."