Insólito: Limianos foi ao estádio do Correlhã, mas estava fechado e não houve jogo

Equipa limarense esteve mais de uma hora à espera que o anfitrião aparecesse. Acontecimento não surpreendeu face à ação judicial em curso no TAD para impugnar a 1.ª Divisão da AF de Viana do Castelo
Previamente agendado para a manhã deste domingo (10h30), o jogo entre o Correlhã e o Limianos, relativo à oitava jornada da 1.ª divisão da AF de Viana de Castelo, não se realizou por falta de comparência do clube anfitrião, derrotado administrativamente por 0-3.
O presidente do Limianos, Jaime Matos, explicou a O JOGO que o Campo Municipal da Correlhã, situado em Ponte de Lima, para o qual a comitiva do clube visitante se deslocou com a habitual antecedência, estava encerrado... e que assim permaneceu.
"Deslocamo-nos às instalações do Correlhã e deparamo-nos com elas fechadas. Não apareceu rigorosamente ninguém para nos receber. Isso há de estar escrito no relatório do árbitro. Chegamos lá uma hora e pouco antes do jogo e deparamo-nos com aquele cenário", contou o líder dos limarenses.
Depois de aguardar "até às 11 horas", pelo que "cumprimos os regulamentos ao aguardar meia hora após a hora do jogo", a comitiva do Limianos abandonou as imediações do reduto do Correlhã, ação ratificada pela equipa de arbitragem "que nos disse que podíamos ir embora", pois as portas continuaram fechadas.
"A GNR [Guarda Nacional Republicana] foi ainda chamada para tomar conta da ocorrência", detalhou Jaime Matos, que apontou ao Correlhã a "falta de respeito e de cortesia" pelo clube vizinho e disse esperar que isto "tenha [mais] consequências". "Não houve sequer um telefonema a dar justificação", lamentou.
Todavia, o insólito sucedido na Correlhã não surpreendeu o presidente do Limianos. "Sabíamos que o Correlhã não queria realizar o jogo", assegurou Jaime Matos, pois "há um grupo de clubes da 1.ª Divisão da AF de Viana do Castelo que quer a impugnação da prova".
Seis clubes recusam participar no campeonato
No passado sábado (um dia antes do jogo com o Limianos), o Correlhã emitiu um comunicado conjunto, ao qual se associa o Âncora, Monção, União de Lanheses, Neves e Courense, a anunciar que "não vão participar nos respetivos jogos" restantes da 1.ª Divisão da AF de Viana do Castelo.
Ainda assim, este domingo, o Âncora Praia realizou o jogo previamente agendado com o Cardielense, do qual saiu vencedor (2-3), assim como a União dos Lanheses, que foram derrotados pelo Valenciano (1-4). Apenas Monção, Neves e Courense (estes dois mediam forças este domingo) não competiram.
Estes seis clubes do escalão distrital, no qual o Limianos compete, basearam a decisão tomada "em virtude da providência cautelar intentada no Tribunal Arbitral do Desporto", de "efeitos imediatos", justificando-a com a "situação epidemiológica atual [pandemia de covid-19] que assola o país e o mundo".
"Todos sabemos que não estão reunidas as condições necessárias para evitar o contágio entre os jogadores de futebol e os restantes elementos das equipas que os acompanham, dirigentes, massagistas e árbitros, os clubes amadores não têm as estruturas que têm os clubes profissionais", lê-se ainda no comunicado.
Jaime Matos, presidente do Limianos, que admitiu ter sido notificado dessa providência cautelar na "passada sexta-feira" - à qual poderá contestar "num prazo de cinco dias" -, considerou que "não faz sentido estes seis clubes não quererem que o campeonato prossiga".
O líder máximo do emblema limarense apelou ainda a que Correlhã, Âncora, Monção, União de Lanheses, Neves e Courense "saiam e deixem jogar quem quer", referindo-se aos restantes 12 clubes que compõem a 1.ª Divisão da AF de Viana do Castelo. O dirigente avançou que estes vão dar resposta à ação judicial em curso no TAD.
"Amanhã, segunda-feira, os 12 clubes vão reunir e em conjunto vamos contestar a providência cautelar inserida no Tribunal Arbitral do Desporto", declarou Jaime Matos a O JOGO.
