"Não há cá Liga Europa, seria muito bom, mas..."

Gilberto Coimbra não precisou de muito para convencer Pepa a ficar em Tondela. A família já tinha convencido o técnico a renovar.

É a primeira vez que fica três épocas no mesmo clube. Como o convenceram a renovar?

- É muito raro. Não foi preciso dizer muita coisa. Acima de tudo, a minha família toda queria que eu ficasse. Desde as filhas - e a mais nova, a Noa, já diz "Tondela, Tondela" -, aos meus pais, ao meu padrasto, que é como se fosse pai, era unânime o desejo de eu ficar. Normalmente, quando se consegue algo bom ou muito bom, a tendência é sair para outros desafios. Vejo isso como fugir, com receio de defraudar expectativas.

A expectativa está alta?

- Está. Eu tenho de pôr gelo. Às vezes as pessoas dizem-me, para o ano tem de fazer melhor ou para o ano é a Liga Europa. Sem tirar a ambição que tenho, tenho de pôr calma. Não há cá Liga Europa nenhuma. Se conseguíssemos lutar por isso seria muito bom, mas o que há é a permanência. Se é com 36 ou 40 pontos não sei, sei que é com trabalho. O desafio é o de trabalhar melhor do que na época passada.

Foi-lhe falada a hipótese de o Tondela ter a participação, no próximo ano, do grupo Desports, de Lizhang "John" Jiang?

- Sim, foi algo que quis esclarecer. E foi só isso que fez com que demorasse um bocadinho mais a renovação. Não teve que ver com valores. Tinha passado por uma transição dessas no Feirense e não me correu bem... sobrou para mim.

Ficou esclarecido?

- Sim. O presidente continua, o Eduardo, vice-presidente, continua, o Carlos Carneiro, diretor desportivo, continua, portanto, a estrutura toda mantém-se, o que vai alterar é para acrescentar e não para subtrair. Não é para colocar estrangeiros... não vai haver nenhuma mudança radical. Falei com os investidores. São pessoas do futebol e não são paraquedistas, ou não me pareceram. Gosto de falar olhos nos olhos com as pessoas.