Agressões no Sporting fizeram José Mota recordar um episódio que viveu no Sfaxien. Jogadores tinham salários em atraso e queriam denunciar a situação. Presidente encomendou intimidação.
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"Impensável, inadmissível e inaceitável", foi assim que José Mota resumiu os episódios das agressões aos jogadores do Sporting. Treinador diz que encontrou um Jorge Jesus "abatido" na conferência de Imprensa conjunta promovida pela FPF.
O que pensou quando viu o que estava a acontecer ao Sporting?
- Pensei "como é que é possível existir uma coisa destas?" É impensável, inadmissível e inaceitável. Algo está mal.
Jorge Jesus disse que o falhanço do Bas Dost foi a prova de uma equipa que não estava bem. O jogo teria sido diferente se a semana do Sporting tivesse sido normal?
- Não faço a mínima ideia. Posso dizer que já vivi uma situação idêntica. Quando estava no Sfaxien (Tunísia), o clube estava com vários meses de salários em atraso, os jogadores queriam denunciar a situação na comunicação social e o presidente deu ordem aos adeptos para invadirem o relvado e amedrontarem os jogadores. Os adeptos entraram no relvado, não falaram, nós não reagimos, estivemos quatro ou cinco minutos assim e acabámos nós por sair do relvado.
Teve receio?
- Tive, ver 70 ou 80 homens invadirem o relvado não foi fácil.
Como encontrou Jorge Jesus naquela conferência de Imprensa?
- Abatido, como é normal. Não foi uma situação fácil de lidar e o Jorge Jesus demonstrou, mais uma vez, uma personalidade muito forte. Em todo o caso, demonstrou ser um grande líder e um grande homem.