Dois centenários e fundadores da AF Aveiro despedem-se dos seus estádios
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Na mesma época, Aveiro perde dois locais de culto do futebol. O autarca de Espinho, Pinto Moreira, confessa já ter "nostalgia" pelo velho campo da Avenida, onde começou a ir ver futebol ainda antes do arrelvamento e da subida do Espinho à I Divisão Nacional. Sócio dos tigres, Pinto Moreira considera que a "gente vareira que adora o clube" não deixará a mudança "afetar a relação apaixonada que existe entre os adeptos e o clube".
Espinho está a jogar em casa emprestada, em Fiães, no Estádio do Bolhão. Beira-Mar vai jogar no Estádio Municipal de Aveiro. Os antigos recintos vão dar lugar a outras obras
Esta opinião não é partilhada por Ricardo Sousa, antigo jogador do Beira-Mar, que vê com "muita pena" a demolição do Estádio Mário Duarte. "Oitenta por cento da história do clube vai embora. Estão a tirar a identidade ao Beira-Mar, que nesta altura precisa de renascer e isso devia acontecer dentro de sua casa, que é o Mário Duarte", lamenta o autor do golo que deu ao clube de Aveiro a Taça de Portugal em 1998/99.
O Estádio Comendador Manuel Oliveira Violas, em Espinho, foi inaugurado em 1926 e o Mário Duarte, em Aveiro, em 1935. Em 2018, a bola deixou de rolar
"O distrito fica mais pobre", reconhece Arménio Pinho, presidente da AF Aveiro e defensor de estádios nas cidades. Ainda assim, o dirigente espera "que as direções destes dois clubes, jovens e próximas dos sócios, vejam na mudança uma oportunidade para criar novos hábitos e atribuir mística".