Murta foi falar com Rui Costa: "Temos de estar tão agarrados ao VAR e ao protocolo?"
Presidente do Boavista, desabafou com o árbitro da derrota caseira com o Famalicão, antes de explicar aos jornalistas o "descontentamento" que o VAR está a criar nos clubes.
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Vítor Murta, presidente do Boavista, criticou a arbitragem de Rui Costa na derrota caseira (0-1) com o Famalicão, este sábado, num jogo em que os axadrezados estiveram em vantagem numérica praticamente desde o primeiro minuto, por expulsão do guarda-redes Rafael Defendi. A igualdade só foi restabelecida perto do fim, com o vermelho directo a Marlon, numa altura em que a equipa recém promovida do segundo escalão para um surpreendente terceiro lugar na I Liga já vencia, com golo de Toni Martinez. As primeiras palavras do dirigente foram para dar os "parabéns ao Famalicão" e para contar que o árbitro já tinha ouvido dele o que foi dizer no auditório do Bessa. "Antes de estar aqui, tive o cuidado de dar uma palavra ao senhor árbitro dando conta do meu descontentamento, revelou, e passou às críticas. "Somos um clube com 116 anos de história e exigimos respeito por nós. Os 11 jogadores que estiveram em campo, os do banco, os sócios e adeptos exigem respeito", declarou, numa alusão a uma "falta sobre o Paulinho na sequência que dá o golo".
"O VAR o que tem vindo a fazer é criar descontentamento generalizado nos clubes", analisou, com reflexo na "própria qualidade da arbitragem". Quem está no terreno "não toma decisões dentro do campo que são acertadas", referiu, e exemplificou com o lance do golo: "Segundo o protocolo do VAR, tendo em conta que a bola bateu na cabeça do Neris, não poderá analisar esta situação. Onde está a verdade desportiva? Temos de estar tão agarrados ao VAR e ao protocolo como tem acontecido nos últimos tempos? Estamos a estragar o futebol. Se nada for feito, vamos ter o VAR dos ricos e dos pobres. Há também uma mão na área do Famalicão, penálti claro que não é marcado".
"No jogo passado, há um golo anulado por uma suposta falta do nosso avançado", recuou Vítor Murta, sempre em tom acusatório: "Os árbitros estão manietados pelo instrumento que é o VAR, os riscos vão aumentar. Se a bola não tivesse ido à cabeça do Neris, o VAR poderia assinalar a falta. Não temos nada contra os árbitros, respeitamos, mas o VAR vem influir na qualidade dos árbitros, porque eles vão deixar passar mais erros tendo a salvaguarda do VAR. Onde está a verdade desportiva? Tem de se mudar alguma coisa, ou o VAR, ou o protocolo do VAR..."
Murta contou que havia "jogadores a chorar no balneário" porque "foi cometida uma injustiça". "O Boavista, hoje, não merecia perder", insistiu, e voltou às críticas: "O protocolo não deixa o VAR atuar, mas toda a gente viu. O Famalicão com menos um jogador foi prejudicial para o Boavista, porque houve uma série de faltas que não foram sancionadas por causa da "lei da compensação". O Famalicão tem uma excelente equipa mas, hoje, não merecia ganhar. O empate já era injusto, muito menos a derrota."