Murilo: o herói do Braga que deixou saudades e "podia jogar no FC Porto e no Benfica"

Ao terceiro jogo a titular, para o campeonato, Murilo voltou a marcar, abrindo alas para um precioso triunfo no Bonfim. Semelhante pontaria repetia-se com regularidade na época passada, ao serviço do Nacional (foi o segundo melhor marcador, com 14 golos), e bem longe, na Sérvia, há quem garanta que o extremo brasileiro só precisa de ter "alguma sequência de jogos" para reeditar a mesma produção.

citacao "Deu-me aí uns cinco golos, pelo que tenho saudades dele"

"Não tem mais golos porque o Braga manteve a maioria dos extremos da época passada e, naturalmente, tem sido pouco utilizado. Mas é muito fácil jogar com ele: é muito rápido, inteligente e cria muitas oportunidades. Deu-me aí uns cinco golos, pelo que tenho saudades dele", gracejou Ricardo Gomes, com quem Murilo jogava "de olhos fechados" ao serviço da equipa madeirense, ainda na II Liga.

Por entre elogios ao 19 dos bracarenses, o atual avançado do Partizan considera que os "alas e avançados" do Braga "estão ao nível dos melhores" e tem a certeza de que encaixariam perfeitamente nos dois primeiros classificados do campeonato.

"Qualquer um deles poderia jogar no FC Porto e no Benfica, incluindo o Murilo. A grande diferença é que os grandes dispõem de mais soluções", avaliou, confirmando que a questão da luta pelo título será um segredo bem guardado. "Num almoço em janeiro, disso não falou. O que disse é que o Braga era top em tudo, com condições de clube grande", recordou. O que será tema tabu para Murilo não é para Ricardo Gomes, atento à "impressionante" evolução do Braga "nos últimos anos". "Se continuarem assim, dentro de dois anos estarão, de facto, muito perto desse objetivo", calculou, enviando por fim uma certeza a todos os bracarenses. "Se lhe derem a oportunidade de fazer uns quatro ou cinco jogos seguidos, vão ver muito mais do Murilo", assinalou. Tendo "confiança", a mesma que Costinha "lhe transmitia" no Nacional, o extremo arsenalista será capaz de tudo e o técnico Abel Ferreira, segundo Ricardo Gomes, tomou a melhor decisão no mercado de inverno ao travar o seu empréstimo. "Imagino que o Murilo tenha ficado muito contente."

Perder no UNO provocava-lhe azia

Quando "todos, à exceção dos grandes", despertaram para o seu potencial, Murilo tinha o UNO como passatempo preferido, em sessões de "três horas", sempre acompanhadas de chimarrão (um chá). "Ganhou por isso o apelido de Chima", revelou Ricardo Gomes. Nesse popular jogo de cartas, os adversários (e "amigos") eram Ricardo Gomes e Diego Barcellos, e quem perdesse tinha de "fazer dez flexões". "Ele ficava com um bocadinho de azia quando perdia porque filmávamos aquilo e metíamos logo no Instagram", contou o jogador do Partizan.