Até esta época, o melhor registo tinha sido logo em 2017/18, com 27 partidas sem golos sofridos. Também era a melhor marca em termos percentuais, com 52%; Restam quatro partidas e já é certo que o FC Porto vai terminar a época com mais de metade dos encontros sem ir ao fundo das redes. Pesem alguns resultados atípicos, não foi por aqui que houve dores de cabeça.
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A quatro jogos do fim da época (três jornadas da I Liga e a final da Taça de Portugal), o FC Porto já atingiu um registo inédito na era Conceição, ou seja, desde 2017/18: deixou a baliza a zeros em 30 ocasiões.
O melhor que conseguira foram 27 folhas limpas, precisamente na primeira temporada de Sérgio no Dragão. Se em termos absolutos esta já é a melhor marca, em termos relativos também será.
Como se pode ver na infografia, os dragões mantiveram a baliza a zeros em 58% das partidas e, mesmo que sofram em cada uma das quatro que restam, ficariam nos 53%, superando as cinco épocas anteriores. Aliás, mais uma vez, só em 2017/18 é que o FC Porto não concedeu golos em mais de metade dos desafios. No registo atual, podem destacar-se, por exemplo, os dois jogos frente ao Bayer Leverkusen, a visita a Brugge, dois dos três confrontos com o Sporting e as idas a Guimarães e Braga. Em nenhum Diogo Costa teve de ir ao fundo das redes e só não houve triunfo para os azuis e brancos (0-0) na Pedreira.
Numa época em que o FC Porto foi até aos oitavos de final da Liga dos Campeões, venceu Supertaça e Taça da Liga e tem a presença garantida no Jamor, onde vai defrontar o Braga, o campeonato tem tido alguns altos e baixos. Conceição lamenta amiúde os 3-1 com o Rio Ave. Também na Champions a derrota por 4-0 imposta pelo Brugge (que depois os dragões devolveram na Bélgica) foi extremamente atípica. Ainda assim, tudo somado, a equipa chega a esta altura com as 30 folhas limpas, indicador de consistência defensiva e num número que se superioriza ao dos rivais - Benfica soma 27, Braga 22 e Sporting 21.
Se olharmos em particular para o campeonato, os encarnados, não obstante, têm a defesa menos batida, com 17 golos, com o FC Porto logo atrás, nos 19. Estão destacados da concorrência neste aspeto, porque o Braga, em terceiro, já sofreu 26. Ao mesmo tempo, a solidez defensiva do FC Porto na principal prova está longe de ser uma novidade com Conceição. Nas cinco épocas anteriores, só em 2020/21 é que os dragões não chegaram ao fim com a melhor defesa, perdendo esse estatuto para o Sporting, que se sagrou campeão, e o Benfica. Também só não foi o melhor ataque em 2018/19, atrás das águias, que ganharam a liga. E é por aqui que se percebe que o problema do FC Porto está mais no que não marca do que naquilo que concede. Neste momento, é o quarto melhor ataque, com 64 golos, e precisa de marcar dez em três jogos para igualar o mínimo que conseguiu desde 2017/18... Claro que nada disto se sobrepõe ao essencial, ainda para mais na reta final da época: ganhar. E isso, os dragões fazem há oito jogos seguidos.