“Muitos treinadores estão à procura de jogadores como Manu"

Na época passada, Manu Silva fez 29 jogos, 24 dos quais a titular, e quase todos como um dos três centrais. Também ocupou, algumas vezes, a posição de médio-defensivo, como aconteceu, por exemplo, na penúltima jornada, diante do Braga. Agora, com Rui Borges a optar por uma linha defensiva de quatro, o jogador, com contrato até 2027, voltou a ser “seis”, tendo sido mesmo a escolha inicial no jogo contra o Middlesbrough.

“Muitos técnicos estão à procura de jogadores com as características do Manu”, defende Filipe Rocha, treinador que em 2020/21 o convocou, ainda júnior, para a equipa principal do Feirense. “Mesmo com dois centrais, a construção é feita muitas vezes a três e o Manu sabe fazer isso. Por já ter jogado como um dos três centrais, sabe executar esses movimentos; tem qualidade de passe e inteligência tática para iniciar e construir as jogadas com critério. Tem essa versatilidade, além de uma cultura tática que é muito positiva e útil”, elogia.

Apesar de ainda muito novo, Manu já demonstrava, no Feirense, “inteligência tática”. “Percebia bem o que queríamos”, recorda o técnico. “Está muito atento às instruções e absorve muito rapidamente o que se pretende. No futebol moderno, os jogadores têm de ser muito cultos taticamente. O Manu tem essa capacidade de absorver todas as instruções dos treinadores e realizar os comportamentos pretendidos”, sublinha.

Filipe Rocha considera que, “não sendo um jogador rápido”, Manu “dá velocidade ao jogo pela forma como faz circular a bola” e tem a capacidade de “aliar a visão de jogo com a qualidade de passe”. Esta é, aliás, uma das grandes virtudes do jogador do Vitória de Guimarães. “Tem muita qualidade de passe, tanto o curto, entre linhas, como o longo. Tem muita precisão, é um bocado invulgar para a idade que ele tem. É muito parecido com o pai. O Jorge Silva, que também era médio, tinha uma qualidade de passe, curto e longo, muito grande”, lembra.