Declarações de Rubén de la Barrera, treinador vizelense, em antevisão ao Portimonense-Vizela, jogo marcado para domingo (15h30) e relativo à 24.ª jornada da I Liga
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Que Vizela vamos ter com o Portimonense, o da primeira ou o da segunda parte do jogo com o Estoril? "O da primeira parte. Esta foi uma semana muito produtiva, mas o importante será conseguir a permanência esta época. Seria ótimo lutar por outros objetivos, mas a realidade é esta. A nível pessoal e profissional, será gratificante conseguir salvar a época e é aí que estamos. Depois de analisar o jogo com o Estoril, que tem pouco que analisar, verificámos que na primeira parte jogámos e na segunda decidimos não o fazer e deixámo-nos levar pela ansiedade e pelo medo. Jogar com o resultado e com o tempo de jogo, para uma equipa como a nossa e na nossa situação, é sinónimo de não ganhar. Ou jogamos o que temos de jogar e as coisas positivas acontecem ou, pelo contrário, será mais do mesmo uma, outra, outra e outra vez. Os jogadores já sabem e o jogo de domingo é simples, ou jogamos ou jogamos".
Por jogar com um adversário que também precisa de pontos, a pressão neste jogo é maior. O que espera? "Espero que o empate com o Estoril seja um mal menor, pois proporciona-nos a possibilidade de somar quatro pontos nos últimos dois jogos. Mas é óbvio que o que eu pretendia eram seis, porque isso colocar-nos-ia noutra realidade. Neste jogo, o objetivo só pode ser um para quem jogar: competir e como consequência ganhar. Esperamos que não aconteçam coisas, porque assim a equipa não conseguirá resultados, mas quando mantemos a nossa identidade, a equipa defende bem, ataca bem e cria situações de golo".
Imagina como seria o ataque do Vizela sem Samuel Essende, que tem sido determinante? "Felizmente não tenho que pensar nessa situação, porque é claro que ele tem uma mentalidade e uma ambição de crescer. Beneficiamos dos seus números mas a verdade é que, no minuto 2 do jogo com o Estoril, ele podia ter feito mais dois golos. É isso que queremos dele, mas é certo que no Vizela os golos têm um nome, que se chama Essende. Ele não se pode esquecer que os outros criam oportunidades para que os da frente tenham oportunidade para marcar, mas ele também tem um papel importantíssimo no coletivo, quer a atacar quer a defender. Mas na nossa forma de jogar todos têm a possibilidade de fazer golos e não dependemos apenas do Essende, mas se ganharmos os jogos com os seus golos isso não será um problema".
No sentido contrário, não de marcar mas sofrer, o que disse aos jogadores para não voltar a acontecer o que aconteceu com o Estoril? "Para jogarem, gerirem bem o jogo e não atirarem a bola para a frente, à espera que passem os minutos, sem ganharmos um duelo ou uma segunda bola e sofrermos ataque atrás de ataque do adversário. Independentemente de termos sofrido o primeiro golo aos 83’, a questão passa por gerirmos o jogo e mostrarmo-nos a todos os momentos sólidos e agarrarmo-nos a uma ideia de jogo que temos, de controlar o jogo nalguns momentos com bola e noutros os espaços, de evitar as transições e as bolas paradas. Não é um problema dos defesas, assim como também não é dos atacantes, é um problema da equipa, do primeiro ao último jogador, de estarem ligados. Em toda a segunda parte com o Estoril a sensação foi de vulnerabilidade, de fragilidade, mas promovido pelo medo de ganhar, pois quando se tem medo de ganhar deixa-se de jogar e acontece o que aconteceu. Infelizmente, não temos a oportunidade de ganhar um jogo sem que nada aconteça, porque vai sempre acontecer, por força de um pensamento que nos conduz a cometer erros. E nós estamos num momento em que um erro nos condena. Como podemos evitar isso? A jogar, a estarmos conectados com o jogo, a jogar o que treinamos porque é para isso que trabalhamos todos os dias da semana".
O quão satisfeito está com os reforços de inverno? "Os reforços vieram para somar e para aumentar as alternativas no plantel, mas a responsabilidade é dos já cá estavam e dos que chegaram. Acho que temos um bom grupo, mas temos que o demonstrar no relvado e todos devem estar preparados para jogar e competir. Não se trata de mudar ou trocar nomes, mas sim de colocar a jogar os que melhor se adequem para procurar a vitória em cada jogo. Isto não vai de nomes, mas de ser o melhor para esta situação, pois estamos a jogar com a ansiedade de conseguir um resultado. O que vejo é um desafio enorme para cada um de nós para atingirmos a permanência, o que sem dúvida seria um êxito redondo no final da época, pois há muita gente que pensa que estamos mortos e temos que lhes demonstrar o contrário".