Carlos García, histórico defensor do Athletic Bilbau nos noventa, abre o livro sobre o sobrinho, reforço que desperta atenções no Dragão: Borja Sainz. Elogios partem muito do desenvolvimento alcançado em Inglaterra e da escolha feita pelo FC Porto, enaltecendo qualidade mas também uma imposição íntima de ir ao limite.
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Cotado como um dos reforços dos quais mais se espera, comprovando com arranque como titular e impondo muita energia, Borja Sainz persegue um golo que o deixe bem mais defendido pela plateia. Leva esse objetivo para a receção ao Casa Pia onde também terá pela frente o amigo Larrazabal, seu colega em Saragoça. Ambos comungam ligação a duas lendas do Athletic Bilbau: Borja como sobrinho de Carlos García e Gaizka Larrazabal filho de Larrazabal. Já descrito como um extremo prático, de iniciativa e descaramento, que chegou creditado por grandes números no Norwich, do Championship, Borja começou a sua trajetória no Athletic, sentindo a cantera dos leões bascos entre os 12 e 17 anos. Motiva orgulho numa família onde pontificam genes futebolísticos, já que o pai Navarro foi defesa do Eibar e o tio, Carlos García, fez-se referência do Athletic, com 239 jogos ao longo da década de 90, ao lado de nomes como Alkorta, Larrazabal, Lizarazu, Urrutia, Alkiza, Guerrero, Urzaiz, Ziganda ou Etxeberria.
Foi com Carlos García que O JOGO falou, espreitando um exercício mais introspetivo e conhecedor do veloz crescimento de Borja. “A saída para o FC Porto é um grande passo no seu crescimento profissional, chegando a uma grandíssima equipa. Cabia-lhe lutar para ser titular e já conseguiu. Logicamente, ainda está a adaptar-se aos companheiros e à liga para encontrar o melhor rendimento”, atesta Carlos García, um central ou médio-defensivo do Athletic nos noventa.
A avaliação do sobrinho sai mais escalpelizada a partir das imagens reinantes dos desequilíbrios produzidos nos canários. “Vi vários jogos e teve uma evolução notória. Melhorou consideravelmente no aspeto defensivo. Já o jogo de ataque passava praticamente pelas suas botas, através de belas combinações com os colegas”, partilha, sentindo que o desafio na Invicta surge à sua medida. “As ambições dele passam por ser fiel ao jogador que foi no Norwich, com idêntica implicação defensiva e lograr números, seja de jogos, golos e assistências, iguais ou superiores ao que fez em Inglaterra”, avisa Carlos García, aludindo a 19 remates certeiros de Borja Sainz em 24/25.
O retrato ainda se faz mais completo. “Desenvolveu-se muito no último ano, mantendo o descaramento na hora de enfrentar o rival em ações de um para um. Mas também é alguém que sabe o que é brio e exigência pessoal”, ratifica García, antecipando boa química ofensiva com o clã espanhol dos dragões, falando de Samu e Gabri Veiga. “É positivo, de qualquer modo, sei que já foi muito bem recebido por toda a gente e sente-se integrado. Isso é importante para fluir essa ligação ao balneário e ao jogo da equipa”, evidencia.