Carta aberta com oito signatários, dois dos quais candidatos aos órgãos sociais pela Lista C nas últimas eleições do clube,olham para 2024/25 como um fracasso
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Um movimento encabeçado por Luís Barradas e Heleno Roseira, associados que integraram a lista C nas últimas eleições para os órgãos sociais do FC Porto, escreveram uma carta aberta na qual apontam falhas na época desportiva do clube.
Depois de constatarem que “há um ano” os sócios azuis e brancos decidiram “mudar de rumo com esperança no olhar e a firme convicção de que era tempo de renovar, de construir um futuro à altura da nossa história gloriosa”, este movimento sente agora “um vazio” quando olha “para o campo, as bancadas e os rostos dos adeptos”. “Esta não é a mudança com que sonhámos. Esta não é a alma do nosso Porto”, pode ler-se no documento enviado à redação de O JOGO.
“A época desportiva foi, sem rodeios, um fracasso. Falhámos em toda a linha: no campeonato, na Europa, nas taças. E mais do que os resultados, falhámos na identidade. Falhámos na garra. Falhámos na ambição, e na união. O nosso clube não se esgota no legado passado, como não se esgota na liderança presente. O nosso clube, que tantas vezes desafiou o impossível, apresenta-se hoje desorientado, sem liderança firme, sem chama no balneário e no campo, sem norte nas decisões. A gestão revelou-se errática. A comunicação desastrada. O espírito, perdido”, nota este grupo de associados, que espera mais esclarecimentos sobre a “reestruturação do passivo”.
“Apesar da política de transparência”, os oito signatários desta carta aberta referem que “continua sem ser publicado integralmente o relatório da auditoria forense, nem se conhece qualquer reação” dos dragões “perante as atuações danosas apuradas”. “Uma boa liderança deve aportar e chamar a si os melhores e não se fechar, manifestando-se apenas em situações limite, pontuais, deixando à adivinhação de todos o futuro”, sustentam.
“É fundamental o equilíbrio entre a gestão financeira e gestão desportiva, o que não está a ser conseguido. Ser Porto é resistir, é lutar, é vencer. Mas, acima de tudo, é nunca baixar os braços. E é por isso que não nos calamos. Porque amamos este clube com uma intensidade que não cabe em palavras. Não aceitamos desculpas. Não aceitamos comparações com épocas piores. O Porto não é clube de "menos mal". O Porto é clube de tudo ou nada. E queremos tudo. Outra vez”, acrescentam.
Por entenderem que “o clube não é de direções, nem de figuras”, mas sim “dos sócios que choram, gritam, vibram, sofrem e vivem este emblema dia após dia”, decidiram levantar a voz para dizer que “este não é o caminho”. “Queremos um clube com alma, com raça, com ambição. Um Porto que nos faça voltar a sonhar. Um Porto que se reconheça em campo, nas decisões, nos triunfos. É com este espírito que afirmamos a nossa disponibilidade para construir, juntos, soluções de vitórias”, pode ler-se no documento.