Declarações de José Mourinho após o Benfica-Rio Ave (1-1), jogo em atraso da primeira jornada da I Liga
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Importância da pré-temporada que não teve, como se gere: "Acho que hoje foi a vontade de ganhar, de fazer as coisas bem, de dar tudo, de ser Benfica nesse sentido de 'Vamos com tudo ao limite', foi isso que fez esconder um bocado algumas limitações ao nível físico. Eles jogaram há dois dias e a maneira como o trabalho foi gerido pós-pré-época é algo que não consigo identificar. É difícil perceber as consequências disso, mas com a acumulação de jogos de dois em dois, óbvio que se sentiu alguma falta de frescura. Não quis mudar a equipa [inicial], quis dar sequência, mas eles foram com tudo até ao fim. Aquele golo para eles foi o golo da vitória e, em vez de mudarem o chip e entrarem na dinâmica de segurar [o resultado], não defendendo, mas posicionando-se melhor, foi o erro que cometemos na segunda parte".
Sobre o VAR, não concorda com a decisão, mas é o futebol atual: "É o futebol atual e não sou obrigado a gostar, mas não gosto deste tipo de golo anulado, seja para que lado for. Mas tem razão, é o futebol de hoje, o árbitro foi chamado e decidiu. Não quer dizer que estou a ser crítico, é o futebol de hoje e honestamente não acho que seja golo para ser anulado. Aqui não é o VAR: um jogador [Ivanovic] que eventualmente simula fora de área aos cinco minutos leva amarelo. Quem merece levar mais? Nem sei se simulou, mas se simulou, merece mais esse ou quem andou a retardar, a simular lesão o jogo todo? São critérios. Não gosto de ir por aí, este é um empate que sabe a derrota, mas não foi pelo árbitro que não ganhámos".
Falou em pouca experiência, sente que os jogadores têm estofo para serem campeões? Quando chegou, não foi um nome consensual. Na sua estreia na Luz, como sentiu os adeptos, vai uni-los? "Não senti, no jogo de trabalho não tenho condições para estar preocupado com isso. Não ser consensual fui o primeiro a dizê-lo, não preciso que repitam. É muito difícil ser consensual e não pensava sê-lo, é algo que obviamente não me preocupa porque não o posso controlar. Só posso controlar a forma como me entrego ao trabalho e quem trabalha comigo. Se temos estofo ou não, vamos ver no final do campeonato. Temos quatro pontos a menos do que o FC Porto e menos um do que o Sporting. Sendo nós os três os candidatos ao título, com respeito ao Braga e V. Guimarães, falta muita coisa".
Motivos que levaram a tão pouca intensidade na equipa? "Vários responsáveis: o Rio Ave, que, repito, não é crítica pela estratégia que levou ao nível emocional de parar o jogo. O árbitro, disse-lhe ao intervalo que não quero falar de decisões técnicas, mas por que razão é que não dá cartão ao guarda-redes [do Rio Ave] ao minuto 15, 20? Por que não? Porque se dá, o jogo é outro. Os árbitros têm responsabilidade de defender o futebol e isso é lutar contra este tipo de tática, que já fiz e quiçá voltarei a fazer. E depois responsabilidade nossa, circulámos muito a bola contra uma equipa a jogar a cinco, assim é difícil ter jogo interior e, em vez de recuperar a bola e orientar, jogávamos imediatamente para trás, com pouca velocidade numa relva fantástica para se jogar depressa. Lado direito com dificuldades, culpa minha também porque optei por jogar com esta equipa. Lukebakio não tinha condições para jogar muito mais. Na segunda parte tivemos mais presença na área, muito contente com a segunda parte. Se pudesse fazer o jogo acabar com o nosso golo, estaria muito contente com a segunda parte".