Mourinho e a Champions conquistada pelo FC Porto: "A cada ano que passa o nosso feito ganha dimensão"
Em exclusivo a O JOGO, o treinador que conduziu a equipa ao Olimpo deixa uma mensagem a celebrar a data
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De Belgrado, na Sérvia, a Gelsenkirchen, na Alemanha, em oito meses e 13 jogos. Há 20 anos o FC Porto escreveu umas das páginas mais douradas da sua história ao conquistar a Liga dos Campeões, apenas um ano depois de ter levantado a última edição da Taça UEFA. A caminhada até começou com dois percalços na fase de grupos, mas um ponto à partida para a terceira ronda não abanou a confiança de um grupo de jogadores que estava destinado ao Olimpo. Afinal, passado todo este tempo, nunca mais uma equipa fora dos maiores campeonatos voltaria a levar a “orelhuda” para casa. Uma conquista com a marca registada daquele que passaria a ser conhecido pelo “Special One”.
O “Special One” destaca um feito que ainda não teve repetição ao nível de clubes portugueses e recorda que comandava uma equipa quase toda portuguesa, o que “assume ainda maior relevância”.
Depois de conversas com Benni McCarthy e Alenichev, publicadas nos últimos dias, este sábado é a vez de José Mourinho, que aceitou o convite de O JOGO para enviar um depoimento em exclusivo para assinalar o aniversário da conquista frente ao Mónaco, tão inequívoca como o resultado final: 3-0. “É uma vitória histórica para o futebol português, para o FC Porto e para todos nós. E a cada ano que passa a lenda assume maior importância, porque passaram-se 20 anos e nenhuma equipa portuguesa esteve sequer perto de o conseguir: não se voltou a jogar uma final, da mesma forma que tenho a impressão de que não se voltou a jogar uma meia-final”, sublinha o treinador que conduziu o FC Porto a sete vitórias, cinco empates e apenas uma derrota na longa caminhada até Gelsenkirchen, a cidade alemã de nome esquisito que rapidamente entrou no léxico dos portistas.
“A cada ano que passa as pessoas percebem de uma forma ainda maior a dimensão daquilo que fizemos”
“Foi um feito que a cada ano que passa as pessoas percebem de uma forma ainda maior a dimensão daquilo que fizemos”, insiste Mourinho, antes de destacar outro pormenor, quase impossível de repetir no futebol atual. “O facto de termos jogado uma final com dez jogadores portugueses, dois brasileiros naturalizados (um dos quais depois fez uma grandíssima carreira ao serviço da Seleção Nacional), Deco e Derlei, e mais um estrangeiro que era um miúdo de 19 anos, que continua a ser o segundo jogador mais jovem da história a marcar um golo numa final da Champions League”.
Por tudo isso, José Mourinho, de 61 anos, diz que este “é um feito que assume ainda maior relevância”. “Foi um momento importantíssimo para todos, uma lenda que perdurará na história do FC Porto, do futebol português e de todos nós”, considera.