Miolo suave no clássico: assim perdeu o Benfica a liderança de um ranking na Europa

Apontando a "agressividade, no bom sentido", que o FC Porto colocou em campo, Bruno Lage reconheceu ter utilizado no clássico três médios, de forma a combater essa característica do conjunto de Sérgio Conceição, juntando Chiquinho a Weigl e Taarabt.

A dupla mais recuada do miolo, não teve, porém, uma noite fácil, vendo-se superada pelo meio-campo portista. Perante as dificuldades, o último reduto encarnado, que também somou erros, sentiu problemas perante as investidas dos avançados azuis e brancos, com o FC Porto, entre outras oportunidades, a marcar três golos, roubando assim ao Benfica três pontos e também o estatuto de melhor defesa fora entre os dez principais campeonatos.

As águias, que sofreram sete golos nos últimos três encontros disputados, tinham, na I Liga, apenas três tentos sofridos em nove desafios (0,33), registando agora seis golos encaixados em dez partidas. Com a nova média, (0,6), o campeão nacional perde a liderança nesse ranking para o Liverpool, que em 12 jogos fora na Premier League consentiu apenas seis tentos (0,5), seguindo-se o Real Madrid (0,58) - em Portugal, quem mais se aproxima é o Boavista, com média de 0,7 golos sofridos fora.

Contratado em janeiro, Weigl registou no Dragão o seu mínimo de interceções até agora pelo Benfica: apenas duas, ele que tem, desde que chegou a Portugal, uma média de 5,4. Nesse capítulo, também Taarabt esteve em pior plano no clássico, com uma interceção, contra as 2,87/jogo que contabiliza como balanço em 2019/20. No que diz respeito aos duelos ganhos, quer Weigl quer Taarabt foram claramente suplantados por Uribe e Sérgio Oliveira, dupla que Sérgio Conceição colocou no sector intermediário do FC Porto. É que se as águias baixaram as suas médias, já os dois futebolistas dos dragões dispararam nesse capítulo. Enquanto Sérgio Oliveira venceu 72 por cento dos duelos disputados, Uribe fê-lo em 85 por cento das ocasiões, números bem díspares dos da dupla benfiquista, pois Weigl venceu apenas 45 por cento dos duelos (tem média de 50,6 por cento), ao passo que Taarabt, que habitualmente se superioriza em 53,5 por cento dos duelos, no sábado ganhou apenas 25 por cento, registo mínimo dos embates nos quais foi titular.

Em termos de recuperações, os dois centrocampistas do Benfica até apresentaram no Dragão números semelhantes aos habituais, mas a zona do relvado diferiu, pois os dois jogadores conseguem fazê-lo, por norma, mais vezes no meio campo adversário. O internacional alemão tem uma média de 30 por cento de recuperações nessa zona, mas ante o FC Porto fê-lo apenas em 14,3 por cento das ocasiões. Já Taarabt baixou de 49,1% para 16,7% de recuperações no meio campo do opositor.