Com mais títulos e presenças na prova, as águias gastam mais, têm plantel mais valorizado e com maior andamento na Champions.
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Sem o ambiente infernal dos tempos pré-pandemia, o Estádio Toumba é esta terça-feira palco de um duelo entre duas equipas à procura de entrar na Europa dos tubarões. Benfica e PAOK têm um histórico bem distinto na prova, mas as assimetrias são visíveis também a nível desportivo e financeiro.
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Agora com Jorge Jesus ao leme, o Benfica tenta a sua 11.ª participação consecutiva na fase de grupos da Champions (15 na atual designação) - do outro lado, Abel Ferreira procura levar o emblema de Salónica pela primeira vez a esse patamar -, com o maior investimento de sempre: 82 milhões de euros. Já o PAOK, cujo recorde de compras é de 11,5 milhões, em 2018/19, ataca a época com um magro investimento de 1,61 milhões de euros.
Num ciclo como consequência da perda do título para o FC Porto, o Benfica fez a sua contratação mais cara de sempre: Darwin Núñez, que deixou o Almería a troco de 24 milhões. Do lado grego, o atleta mais caro este ano custou 850 mil euros (Ninua), ainda que a contratação mais sonante seja Zivkovic, que rescindiu com as águias. E se olharmos aos plantéis, o benfiquista está avaliado em mais de 300 milhões do que o de Abel Ferreira: 368 milhões contra os 58,3 do lote de jogadores do clube de Salónica.
Os encarnados já investiram 82 milhões de euros esta temporada, um novo recorde do clube, contra os apenas 1,61 M€ do PAOK, cuja maior aposta no mercado foi em 2018/19, com gastos de 11,5 M€
Rotina encarnada na competição
Com um historial bem mais recheado do que o adversário, pois já venceu 80 troféus, contra apenas dez do clube grego, contando até com dois títulos na então Taça dos Campeões Europeus, o Benfica tem 248 jogos no total da competição, contra os 25 do PAOK, eliminatórias incluídas. Analisando a atualidade, e com um plantel com 15 internacionais, contra os 13 de Abel Ferreira, Jesus tem às suas ordens uma equipa mais experiente quer em termos de idade quer de andamento a este nível. Mesmo incluindo as pré-eliminatórias, o mais rodado na formação de Salónica é o central Varela, com 23 jogos na prova (21 são nas qualificações). Já do lado encarnado destacam-se Vertonghen, André Almeida e Pizzi, todos com 41. E em termos de média de jogos por atleta, cada jogador do plantel benfiquista tem 11,2 jogos contra apenas 4,4 do grupo às ordens de Abel. O técnico que trocou Braga por Salónica, também ele a começar o seu percurso nestas andanças, ao contrário de Jesus - Abel tem três jogos em eliminatórias e Jesus, que soma 19 títulos, tem 53 no total da prova - desvaloriza o passado e quer fazer história.
Jorge Jesus impõe-se também no banco
De regresso a Portugal, Jorge Jesus procura entrar com o pé direito na sua segunda passagem pelo Benfica, ele que tem uma rodagem muito superior em relação a Abel Ferreira no que diz respeito a estas competições. Se o técnico do PAOK tem só três jogos na Liga dos Campeões, e em qualificações (dois em 2018/19 ante o Ajax, na mesma ronda que agora defronta as águias, tendo sido eliminado, e um já esta época, com o Besiktas), Jesus contabiliza, se incluirmos a Taça Intertoto, 125 jogos na Europa, tendo vencido 60.
Alargando a análise a outras provas internacionais, pois o atual técnico das águias já esteve no Al-Hilal e Flamengo, Jesus vai em 172 partidas a este nível, somando 72 vitórias. Quanto a títulos, são 19 - uma Taça Libertadores, uma Recopa Sul-Americana, três campeonatos de Portugal e um do Brasil - enquanto Abel, a nível sénior, está ainda em branco.
Ainda numa fase mais precoce da sua carreira, o treinador do PAOK revela, porém, superioridade nos duelos com Jorge Jesus, tendo vencido dois embates e perdido apenas um, registando-se também um empate.