Miguel Ribeiro: "A Europa não pode ser uma frustração que estrague outras frentes"

Miguel Ribeiro
Miguel Pereira
Declarações de Miguel Ribeiro, presidente da SAD do Famalicão, à margem do Portugal Football Summit, na Cidade do Futebol
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Expetativas para este Summit: "Sempre um gosto e acho importante a partilha. Somos claramente um país de futebol, que fazemos bem futebol, treinamos e jogamos bem e acredito que dirigimos bem, com um ou outro detalhe a limar, mas caminhar para a partilha e conhecimento, acredito que é uma mais-valia. Parabéns pelo Summit, todo o meio futebolístico está ca e apraz-me perceber que cada vez mais olhamos para a formação, não só de jovens, mas nos quadros. Quando entrei há 25 anos no futebol era advogado e os clubes eram dirigidos pelo presidente, tesoureiro... mas a profissionalização não existia e neste evento percebe-se que até neste campo evoluímos. Os clubes hoje são empresas, o futebol é uma indústria e todas as organizações têm de estar apetrechadas de quadros para este desafio, que é sempre diferente"
O Famalicão tem sido um dos clubes mais bem-sucedidos a recrutar e a aproveitar jogadores: "Sim, nós tivemos essa felicidade e desde muito cedo encontrámos a nossa visão e filosofia, isso às vezes é o mais difícil numa empresa. No nosso caso, a nossa visão é muito clara e, como anda à volta do jogo e do jogador, é uma visão desportiva de equipa bem padronizada e, depois, o jogador é onde está a nossa grande mais-valia, que é muito trabalhada, com departamentos de scouting... Quando jogadores chegam ao Famalicão e saem, há um caminho que, se não for percorrido, esse jogador vai diretamente para o Manchester United como foi Ugarte, o Pote para o Sporting ou o Otávio e Iván Jaime para o FC Porto. Também é uma felicidade perceber que nesse passo seguinte os jogadores têm tido sucesso, porque os jogadores do Famalicão são bons jogadores. Da equipa nacional que fez o Europeu sub-21 o Famalicão teve quatro jogadores e foi dos clubes mais representados no Europeu. Há uma visão muito definida e penso que isso é a grande mais-valia que o Famalicão tem, é mais fácil operarmos assim porque sabemos onde queremos ir e claro que obriga a um trabalho diário, estrutura forte, departamentos bem sincronizados... O Famalicão é um exemplo de como o investimento externo pode ser aproveitado".
Já disse que queria melhorar o sétimo lugar da época passada, Europa é o objetivo? "Nós fizemos três oitavos lugares, um sétimo, nem posso... Não é elevar a pressão, mas é natural querer fazer melhor, a ambição passa por isso. O importante é perceber que temos várias frentes abertas e a Europa não ser uma frustração que estrague as outras. Se queremos [a Europa]? Sim, queremos muito".

