Nico traçou o plano, Pepê e Samu fugiram a todos e bola entrou na baliza ao fim de nove toques. De manual, o raide do 2-0 encantou o Dragão e sentenciou o jogo, liquidando o Casa Pia. O 13º golo de Samu na época correu a Europa com a benção de Pepê, que, quando assiste, é sempre para o espanhol
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Lição de bem contra-atacar, o 2-0 do FC Porto fez render o Casa Pia no Dragão, abalado por um momento fulgurante de Pepê e Samu, num raide ofensivo que durou 13 segundos e começou numa recuperação de Nico González. Um ataque supersónico em que ninguém gaguejou ou tremeu na execução, em que as pernas dispararam e Samu fuzilou as redes dos gansos, ao fim de nove toques: quatro dados pelo médio, entre o travão ao rival e a definição intuitiva da rota do golo, dois pelo extremo já nesse casamento sublime com o atacante a alta velocidade, onde os defesas do Casa Pia ficaram presos à pista na procura do par.
O brasileiro encostou-se mais à direita, atraiu e desposicionou Kluivert, o espanhol acelerou e fugiu pelo centro, ciente desde o primeiro instante como concluir a ação: à bomba. Dentro da área, o ponta de lança, já acossado por Goulart, simulou um disparo cruzado que deixou por terra o defesa casapiano, ficando com mira aberta, sem mais objeções de última hora, a um enfrentamento com Patrick Sequeira. A sentença foi redigida de forma violenta, chuteira a fumegar e Samu celebrou o 13º golo da temporada em 16 jogos.
Razões para um grande abraço a Pepê, pois a ligação foi perfeita. Cada toque na bola apurou a velocidade e o desenho apresentado à plateia foi majestoso, como se estivessem a ver Usain Bolt e Noah Lyles desafiados a fazer cem metros com uma bola envolvida entre as suas demolidoras passadas.
Pepê, por sua vez, deixou gravada na ficha a terceira oferta da época. Curiosamente, as três contemplaram o temível Samu. Antes, já acontecera com o Manchester United e o Aves SAD.