Quase um terço dos titulares do clássico de amanhã foi adquirido por FC Porto e Sporting no campeonato português. Nas últimas dez épocas, os portistas têm tirado maior proveito desta aposta.
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O investimento de FC Porto e Sporting no mercado nacional esta época superou tudo o que os dois clubes haviam feito nas nove anteriores, à boleia de uma série de constrangimentos causados por uma pandemia que continua a fazer mossa na tesouraria dos clubes.
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No sábado, quando os dois se reencontrarem num clássico que poderá ser decisivo para as contas do título, quase um terço dos titulares dos prováveis onzes terá sido adquirido diretamente a clubes do campeonato português ao longo das últimas temporadas. Taremi, Zaidu, Pedro Gonçalves ou Nuno Santos são apenas quatro exemplos desta aposta, que desde 2011/12 tem sido mais rentável para os portistas, tanto no plano desportivo, como no financeiro. Não só porque os azuis e brancos fizeram mais dinheiro (53,7 milhões de euros) do que os leões (28,3 M€) com a posterior venda destes ativos - taxas de empréstimo não incluídas -, mas também porque, em média, os seus reforços fizeram mais jogos, mais golos e mais assistências do que os do rival (mesmo contando os desta temporada). Mas vamos por partes.
Apesar de oito dos 37 reforços adquiridos no mercado português desde 2011/12 terem sido como jogadores livres, o FC Porto foi, dos dois, aquele que mais dinheiro deu a ganhar aos clubes da Liga NOS. Os portistas gastaram um total de 76,5 M€, com Loum a figurar como a contratação mais cara no período de tempo em análise (6,75 M€). O médio senegalês é um dos membros do atual plantel, mas está longe do protagonismo assumido por Taremi (ex-Rio Ave), Marega (ex-Marítimo), Zaidu (ex-Santa Clara), Manafá (ex-Portimonense) ou Sérgio Oliveira (ex-Paços de Ferreira) - o português entra nas contas por se ter desligado em definitivo do clube que o formou em 2012/13 e pelo facto de a sua recuperação em 2015/16 ter implicado o pagamento de sensivelmente um milhão de euros.
Zaidu, Taremi, Pedro Gonçalves e Nuno Santos são só os mais recentes exemplos do sucesso do investimento num mercado em que, juntos, movimentaram mais de 130 M€ desde 2011/12
O Sporting tem sido mais contido nas despesas (55,8 M€), mas também na aquisição de jogadores (27), até porque, tal como esta época, nas nove anteriores tentou misturar os talentos da Academia de Alcochete com jogadores provenientes do exterior. Até pagar 16 M€ ao Braga para dar Paulinho a Rúben Amorim, o máximo que os leões tinham gasto no mercado interno, em jogadores, haviam sido 6,5 M€ para garantir Pedro Gonçalves (ex-Famalicão) e Raphinha (ex-V. Guimarães). O primeiro é uma das principais figuras do atual líder do campeonato, enquanto que o segundo foi a venda mais avultada do clube de um ativo adquirido no mercado interno (21 M€).
Como nem tudo é um mar de rosas, FC Porto e Sporting também tiveram apostas falhadas, tanto no plano desportivo, como financeiro. Uma boa fatia dos jogadores contratados em Portugal acabou por ficar apenas uma época nos clubes, cumprindo o resto de contrato em empréstimos sucessivos ou, pior, rescindindo após algum tempo. Até ver, porém, todos os que chegaram a FC Porto e Sporting esta época mantêm-se nos respetivos clubes. E todos alimentam a esperança de serem úteis no sábado.