Memórias do FC Porto-Braga: "Jogos especiais e os duelos com Jorge Costa e Aloísio"
Toni, antigo avançado do Braga recorda embates com o FC Porto na década de 90, nos quais marcou duas vezes. Olha para os guerreiros de hoje com pena de não ver um predador como Banza
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Tem uma carreira de 41 golos em 197 jogos pelo Braga, foi um ponta-de-lança influente ao longo de várias épocas, casando em grande parte do seu período com Karoglan, considerado durante anos o melhor estrangeiro da história dos minhotos. Toni e o croata foram a dupla quase sagrada nos anos noventa, inclusive, quando os arsenalistas foram finalistas da Taça de Portugal em 97/98.
Antigo internacional por Cabo Verde, atualmente a trabalhar no Luxemburgo, com 57 anos, Toni falou ao JOGO sobre o seu passado pelo Braga e também sobre o que ficou guardado nesse arquivo mental das quatro linhas dos embates contra o FC Porto, contra quem marcou por duas vezes. "As memórias de Braga são ótimas, foram várias épocas, vários bons momentos. Contra o FC Porto existiram sempre grandes jogos, enormes duelos para mim contra Aloísio e Jorge Costa. E outros centrais de bom nível...Tremendas lutas, sem dúvida, encontros especiais e alguns golos pelo meio. Ficaram memórias, apenas isso...", relembra Toni, que faturou por duas vezes, numa vitória por 2-1, e num empate 3-3, em jogos realizados no 1º Maio para a Liga.
"Mesmo vivendo no Luxemburgo acompanho sempre o Braga pela televisão, vejo com interesse e satisfação a evolução das infraestruturas e da equipa de futebol", assinala Toni, não esquecendo a parceria fantástica com Karoglan. "Era muito fácil e bom jogar com ele, o nosso entendimento era incrível, porque ele era fantástico tecnicamente e eu muito forte no jogo aéreo. Ele sempre sabia onde me encontrar. O Braga tem tido boas duplas, mas acho que a nossa seria também hoje compatível com os objetivos do clube", rebobina o antigo avançando, analisando os homens da frente do Braga, que tardam, na atualidade, a fazer esquecer o contributo de Banza, que partiu, após longo braço de ferro, para o Trabzonspor, da Turquia.
"Foi pena a saída do Banza, deixou uma marca forte no Braga com muitos golos. Eu acredito no Ouazzani mas acho que é preciso dar-lhe tempo", observa Toni, que viveu um Braga que se agigantou quando ainda era habitual em posições humildes, atingindo o Jamor e as provas europeias, ficando recordações da Taça das Taças dos duelos com Dínamo Tbilisi e Vitesse. "São grandes lembranças, volta e meia passo pelo YouTube para rever esses jogos. Mas, agora, tudo é diferente, o Braga cresceu até um patamar, no qual pode lutar pelo título", elogia, recusando grandes comparações sobre valores nos plantéis, de noventas para hoje, particularmente chamado a analisar as companhias de Barroso, Bruno, Pedro Estrela, Castanheira ou Fernando Pires, para os médios da atualidade, onde se destacam Zalazar e Moutinho.
"É difícil falar, eram tempos diferentes, tivemos bons médios mas também os há neste momento", rebate Toni, não se alongando muito sobre uma transferência que não se chegou a concretizar a partir de Braga. "Num dado momento apareceu algo que, depois, não foi feito. Não soube os motivos, não recebi informações na altura. Cabe-me ter paciência, era porque não tinha de ser..."