Peça-chave no xadrez tático de Sérgio Conceição, o internacional mexicano foi a figura maior do futebol em Portugal, segundo os leitores de OJOGO, num onze de 2020 pintado de azul, como a época.
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Corona foi a figura de 2020. Dito assim, sem contexto, parece até uma daquelas graçolas muito forçadas num jogo de palavras de gosto duvidoso.
Mas, apesar dessa fina ironia de ser Corona o nome maior do futebol em Portugal no ano marcado por um vírus com batismo idêntico, bate tudo certinho.
O mexicano, peça-chave de várias configurações do tabuleiro tático de Sérgio Conceição, assumiu papel determinante na época vitoriosa dos dragões. Aliás, esse domínio do FCPorto, que além do campeonato conquistou também a Taça de Portugal e a Supertaça, acabou refletido no onze do ano, pintado de azul em todos os sectores depois de somados os votos das escolhas dos leitores de OJOGO.
Corona sobressaiu, mas Pepe, sobretudo este, e também Marchesín (num posto específico mais dado a unanimidades nas escolhas) ficaram a morder-lhe os calcanhares no pódio dos mais votados, a resumir um 2020 que a partir de março contou-se ao sabor de vários sobressaltos.
O futebol parou, as bancadas esvaziaram-se, e entretanto voltou de forma diferente, que ainda se mantém, já numa nova temporada. O virar de página trouxe um Sporting mais ambicioso e um Braga a confirmar créditos acumulados nos últimos anos, crescimentos que acabaram também por encontrar eco nos leitores, com três intromissões ao domínio azul:Porro, Pedro Gonçalves (que já vinha de uma grande época no Famalicão) e Paulinho garantiram a titularidade no onze do ano.
Três suplentes a fazer sombra
Manafá, Otávio e Taremi ficaram a uma unha negra de entrar no onze do ano e, face às votações expressivas que obtiveram, são também protagonistas indiscutíveis de 2020, uma espécie de suplentes de luxo
Se na maior parte dos casos, os suplentes sombra foram deixados a uma margem de distância folgada, houve três das posições no onze em que as votações andaram mais renhidas: o lado direiro da defesa, um dos lugares do meio-campo e também um dos avançados. Aqui, as margens entre "titulares" e "suplentes" do onze do ano ficaram mais apertadas. À direita, Porro ganhou o sprint a Manafá, que, apesar de nem sempre ter sido consensual entre os adeptos do FC Porto, na última temporada conseguiu consolidar o estatuto na defesa dos dragões.
De pedra e cal, Otávio é um indiscutível nas opções de Conceição, mas esbarrou no início de época avassalador de Pedro Gonçalves, que até foi alvo portista no defeso depois de uma época vistosa em Famalicão. Podiam ter ficado os dois entre os titulares, não fosse o momento superlativo de Sérgio Oliveira a roubar uma das duas vagas destinadas a esse sector específico.
Ombro a ombro ficaram Paulinho e Taremi, que foi figura em Vila do Conde e começa agora a sê-lo também no ataque dos azuis. A parceria com Marega tem sido muito elogiada, mas, aqui, o instinto goleador do bracarense intrometeu-se entre os dois.
Com um 2020 para esquecer, o Benfica, que normalmente empresta vários jogadores a estas eleições, ficou, desta vez, sem representantes.