Sporting regressou às vitórias na receção ao Vitória de Setúbal, depois de Jesualdo ter dito que a equipa, fruto da juventude, é uma espécie de melão.
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O Sporting venceu o Vitória de Setúbal por 2-1, num jogo no qual veio dar razão a Jesualdo, que usou a imagem do melão para retratar o atual momento da equipa. O técnico dos leões deixou entender, no final do encontro da última jornada (1-1 em Coimbra), que a sua equipa era imprevisível, fruto da juventude que a compõe - onze de hoje com média de 22 anos - e inconstante, podendo-se esperar o melhor e o pior, mesmo durante o decorrer de uma partida.
O Sporting entrou forte e pressionante no jogo, com o bloco compacto e subido, e com níveis de agressividade que forçaram o Vitória de Setúbal, que abordou a partida numa perspetiva reativa, a defender muito junto à sua área e expor-se ao que viria a acontecer. No espaço de quatro minutos, o Sporting conseguiu traduzir a sua superioridade em campo, com dois golos, aos 16, um autogolo de Amoreirinha, ao antecipar-se a Wolsfwinkel, após excelente jogada coletiva, e aos 21, na execução de uma grande penalidade cometida por Ney Santos e cobrada por Labyad.
A seguir, em vez de manter a pressão alta que vinham exercendo, sobretudo logo na saída de bola dos sadinos, os "leõezinhos" recuaram, estenderam a equipa, abriram espaços entre setores e baixaram a intensidade e o Vitória passou a ter mais bola e a iniciativa do jogo, tanto mais que José Mota foi ousado à partida, ao apresentar um 4x2x1x3, com quatro unidades ofensivas.
Em consequência, à passagem do minuto 34, o Vitória reduziu, numa cabeçada de Makukula - Ilori cometeu várias vezes o mesmo erro, ao deixar o avançado sadino nas costas -, após cruzamento de Pedro Santos, e reentrou na discussão da partida.
Só depois de sofrer o golo é que o Sporting retomou as "rédeas" do jogo, conferindo-lhe maior intensidade e profundidade, forçando o Vitória a recuar novamente, o que resultou num festival de golos falhados, com três oportunidades soberanas para o terceiro, duas delas, aos 38 e 40, com a bola a embater no poste, e terceira, aos 42, com Wolfswinkel a falhar à boca da baliza.
Na segunda parte, o Sporting não conseguiu, naturalmente, manter o mesmo ritmo alto da primeira parte, mas esteve sempre "por cima" e só por evidente "verdura" de alguns jogadores é que não "matou" o jogo e permitiu que a sua vitória não fosse um dado adquirido. O que significou vários erros, quer a nível de finalização, quer a nível defensivo, sobretudo erros posicionais, com destaque para Cédric - que esteve muito bem no plano ofensivo - e Ilori.
Se bem que o Sporting esteve sempre mais perto do terceiro golo do que o Vitória do segundo, a verdade é que pairou sempre a sensação de que os "leões" poderiam ser surpreendidos. Aos 58 minutos, Jorginho rematou ao poste da baliza de Rui Patrício, e, aos 73, uma diagonal de Cristiano deixou-o na "cara do golo", valendo aos "leões" o facto de estar enquadrado com o pé direito para o remate, ele que é um esquerdino.
A 20 minutos do fim, Jesualdo sentiu necessidade de incutir mais capacidade de cobertura ao meio-campo, visto que o terceiro golo não havia maneira de sair, e trocou os vértices do "triângulo" do meio-campo, passando Rinaudo a trinco e Eric Dier e Adrien a médios interiores.
O Sporting acabou por gerir com relativa segurança a vantagem de um golo, face a um Vitória que desiludiu, mas aos 81 minutos Jorge Luís, na sequência de um canto fez o mais difícil, ao não acertar na baliza em plena pequena área de Rui Patrício, um golo que a acontecer teria conferido pesada injustiça ao resultado.