Wendel e Matheus Nunes demonstraram ser compatíveis e vão ter mais palco diante do Tondela.
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Obrigado a mexer no meio-campo face à lesão de Battaglia, Rúben Amorim recorreu ao samba para dançar com o Paços de Ferreira, juntando Wendel e Matheus Nunes no centro do terreno.
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Na teoria, os dois médios, ambos naturais do Rio de Janeiro, pareciam estar condenados a lutar pela vaga na posição 8 do 3x4x3, mas, na receção aos castores, mostraram uma compatibilidade que convenceu o treinador a repetir a aposta diante do Tondela, na próxima quinta-feira.
Uma das chaves do sucesso esteve na mudança de posicionamento do mais jovem que, ao contrário do que tinha sucedido em Guimarães, ficou mais agarrado à posição com a missão de garantir os equilíbrios da equipa. Desta forma, Wendel ficou com as "costas quentes" para progredir com bola e dinamizar o jogo interior do Sporting. Os números expressam bem a forma como os cariocas se complementaram para colocarem em andamento a máquina leonina.
Com menor responsabilidade de queimar linhas, Matheus Nunes ocupou-se de estancar os ataques do Paços em zonas adiantadas, somando duas recuperações de bola no meio-campo adversário às quais somou cinco interceções. O camisola 73 também esteve envolvido em nove duelos defensivos contra apenas dois de Wendel. Este, por seu lado, envolveu-se em sete duelos ofensivos, saindo vencedor em seis deles, e somou três arrancadas com bola controlada rumo à área adversária. Todas elas culminaram em faltas sofridas pelo brasileiro, sendo que uma delas resultou no golo marcado por Jovane.
Outra das grandes diferenças relativamente ao empate na deslocação a Guimarães - onde jogou Battaglia em detrimento de Matheus - esteve na maior qualidade de circulação de bola, com os dois jogadores a atingirem percentagens bastante altas a nível do acerto do passe: 94% para Wendel e 91% para Matheus. O último teve mesmo 100% de eficácia ao nível do passe para o último terço e, por estar mais recuado, teve um maior número de endossos para a frente do que o compatriota, cujos números de passes para trás demonstram uma maior paciência na hora de desmontar a estratégia defensiva do Paços de Ferreira, que se apresentou mais recuado que o adversário da jornada anterior.
Curiosamente, os dois foram substituídos no duelo da passada quinta-feira e as suas saídas foram um dos motivos que levaram a um "aperto" dos castores na parte final do jogo, com Rúben Amorim a admitir que a equipa não lidou bem com a ausência do médio promovido dos sub-23. "A perda de foco da equipa também foi culpa minha porque o Matheus [Nunes] estava bem no jogo e eu tirei-o com receio de ele ser expulso. Esteve mais solto do que em Guimarães e divertiu-se", afirmou o treinador do Sporting, após a vitória sobre os pacenses (1-0).