Mbemba carrega sonho de um país: "fulcral" na seleção e "com nível para chegar mais longe"
Defesa terá "grande responsabilidade" sobre os ombros no play-off com Marrocos, que vai decidir o apuramento para o Mundial. Situação contratual com os dragões gera expectativa no país natal.
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O FC Porto só volta a jogar a 4 de abril, ante o Santa Clara, mas nem por isso Mbemba poderá descansar. O defesa é um dos vários dragões que, nos próximos dias, terão a missão de tentar carimbar o passaporte para o Mundial deste ano e, no caso de Chancel, a responsabilidade é acrescida: além de ser o mais internacional (65 partidas) dos convocados da República Democrática do Congo, é também o jogador mais utilizado do plantel portista esta temporada, pelo que boa parte da esperança do povo congolês para o play-off decisivo com Marrocos recai sobre o central.
Estatuto e rendimento do central no FC Porto alimentam esperança mundialista da seleção, explica jornalista congolês a O JOGO
"É um dos jogadores em melhor forma da seleção, a par de Bongonda, Bakambu e Kebano. Terá grande responsabilidade sobre os ombros, mas tem caráter de líder e, com isso, pode tornar-se num exemplo a seguir pelos companheiros", afirma, a O JOGO, Isaac B"ampendee, redator-chefe do portal "FootRDC".
Aos olhos do jornalista congolês, Mbemba será "essencial" para garantir a segurança defensiva dos "leopardos", que têm o sonho de voltar a um Mundial quase 50 anos volvidos sobre a única participação, em 1974, ainda sob a denominação de Zaire. "Será, claramente, um fator determinante para o sucesso do nosso país. Graças à experiência e talento dele, acreditamos que será fulcral na missão de libertar os homens da frente contra uma equipa que é muito forte no plano ofensivo", analisa B"ampendee.
Em termos de clube, os 38 jogos que leva em 2021/22 são prova da confiança que o camisola 19 inspira em Sérgio Conceição. Quer ao lado de Pepe, quer na ausência do capitão, Chancel é indiscutível e nem a contratação de Rúben Semedo abalou esse estatuto. Algo que se reflete na seleção.
"O facto de jogar regularmente num grande clube europeu dá segurança e tranquiliza o selecionador, Héctor Cúper, assim como os adeptos congoleses", frisa sobre o central que integra o lote de capitães da RD Congo, juntamente com o avançado Mbokani e o defesa Tisserand.
O contrato que liga Mbemba ao FC Porto termina em junho e a renovação é, nesta altura, um cenário remoto. Situação que, segundo Isaac B"ampendee, gera apreensão no país natal.
"As pessoas estão expectantes quanto a uma possível mudança para uma liga de topo. Não sei qual será o destino, mas sei que Mbemba tem nível para chegar ainda mais longe na Europa", atira. Não obstante a provável saída, a postura adotada com jogadores em contexto idêntico é para manter: desde que o compromisso para com a equipa e ideias do treinador permaneça inalterado, Conceição continuará a olhar para o congolês como pedra basilar.
O baluarte de um ciclo infernal
A paragem para jogos de seleções colocou ponto final na sequência de dez partidas que o FC Porto realizou em pouco mais de um mês e que teve Mbemba como único totalista. Nesse "ciclo infernal", expressão utilizada por Conceição, o congolês somou 900 minutos, superando, inclusive, o guarda-redes Diogo Costa (810").
Em termos globais, o central já acumulou 3416" de dragão ao peito em 21/22. Salvo algum imprevisto, prepara-se para bater o recorde pessoal de utilização numa só época: está a 325" dos 3741" que registou na última temporada.
Rivais europeus na lista de possíveis destinos
Mbemba encontra-se na reta final de contrato e, a partir de 30 de junho, será um jogador livre. Situação que, segundo a Imprensa internacional, já atraiu a atenção de clubes como o Milan e o Lyon, equipas que, curiosamente, defrontaram o FC Porto nas provas europeias, esta época. Aos 27 anos e com passagens por Anderlecht e Newcastle no currículo, o central é encarado como um alvo bastante apetecível.