Matías Lacava é uma das principais referências do Vizela neste início de época. O ala, de 20 anos, foi titular nas duas jornadas da Taça da Liga e deixou claro que esta pode ser a época da sua afirmação.
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Quadro dos venezuelanos da Academia Puerto Cabello, Matías impressionou os responsáveis do Vizela na época passada, de tal forma que pediram a renovação do empréstimo do extremo. Satisfeito com as ideias trazidas pelo espanhol Pablo Villar, sucessor de Tulipa, Lacava crê que o plantel, mesmo com muita gente nova, dará uma boa resposta na maratona que começa amanhã, em Alvalade.
Começou a época com um lugar no onze, na Taça da Liga. Acredita que pode mantê-lo no campeonato?
-Sim, claro. Mas isso depende sempre das circunstâncias e o que posso dizer é que vou dar o melhor de mim para ser titular. Sei que não vai ser fácil, pois a concorrência é forte, Mas vou treinar sempre a cem por cento para estar bem e apto a competir.
Quais são os objetivos definidos pelo Vizela para o campeonato que hoje começa?
-É fazer um bom campeonato e garantir a permanência o mais rapidamente possível. Saíram e entraram vários jogadores, estamos ainda numa fase de conhecimento recíproco mas somos um grupo unido e vamos superar esta fase rapidamente.
Referiu a entrada de gente nova no plantel, que opinião tem sobre os reforços?
-Chegaram há pouco tempo, ainda tem de ganhar confiança, o que é normal, mas acho que vão ajudar muito a equipa esta temporada.
Esta época houve mudança de treinador, tendo saído o Manuel Tulipa, o que significa novos métodos de trabalho e novas ideias. O que pensa das do treinador espanhol Pablo Villar?
-Acho que são muito boas. Estamos a trabalhar há mês e meio e a assimilar cada vez melhor as suas ideias, o que ele quer em cada momento do jogo. Estamos todos a trabalhar nos limites para melhorar a cada dia o nosso entrosamento.
O plantel está a reagir bem a esses novos métodos e novas ideias?
-Sim, está a reagir bem, a perceber muito bem o que ele pretende. Apesar de, por vezes, existirem algumas dificuldades de comunicação com alguns dos novos jogadores.
O atual plantel fica a perder ou a ganhar em relação ao da temporada passada?
-Ainda é cedo para uma conclusão, pois estamos a trabalhar há pouco tempo. Mas a um ritmo elevado, pois sábado [amanhã] vamos ter o primeiro jogo da Liga, com o Sporting, em Alvalade, e acho que vamos ter um bom desempenho.
Acredita que o Vizela pode surpreender o Sporting, em Alvalade?
-Sim, temos condições para discutir os três pontos e vamos tentar isso mesmo. Se não for possível os três pontos, pelo menos que consigamos um. Sabemos que vai ser um jogo difícil, pois o Sporting é um dos grandes clubes de Portugal, mas encaramos o jogo com uma mentalidade ganhadora, como sempre fazemos seja contra que adversário for ou em que estádio joguemos.
Aqui fala-se muito da alma do Vizela, em que reside essa força?
-Baseia-se numa cultura e num espírito que já não via há muito tempo. E é por isso que quando as coisas não saem com a qualidade desejada, isso é compensado pela atitude, raça e intensidade colocada em campo. Creio que esse vai voltar a ser um fator muito importante este ano.
"Escolhi Portugal por ter boa liga para eu crescer"
É com admiração que Matías olha para o futebol português, onde vê equipas muito competitivas, sobretudo os três grandes, Braga e V. Guimarães. O miúdo que na Venezuela andava sempre com a bola debaixo do braço continua a crescer na I Liga.
O que o levou a sair tão novo do seu país para fazer a formação em clubes europeus?
-Porque considerámos que o futebol europeu tem outro nível, com jogadores muito bons, preparados muito bem pelos clubes. Foram experiências muito boas, com as quais evoluí e aprendi imenso.
Fica a ideia que na infância era uma criança sempre com a bola debaixo do braço...
-Sim, é verdade. Sempre gostei muito de futebol e queria estar sempre a jogar.
A afirmação de um jovem numa equipa principal deve-se mais à qualidade ou à oportunidade?
-A oportunidade é o mais importante, porque praticamente todos têm qualidade, mas se não têm oportunidade fica muito difícil.
Que opinião tem sobre a formação dos três países onde esteve?
-A espanhola e a portuguesa são muito semelhantes, privilegiam a mais a vertente técnica, enquanto a italiana tem também uma envolvência mais física, mais de contacto.
Por que razão escolheu Portugal para prosseguir a carreira, como profissional?
-Porque Portugal tem uma liga boa para o crescimento de um jogador. E também porque surgiu a oportunidade e achei que era o melhor para mim.
Que comentário lhe merece a I Liga e o futebol português em geral?
-Muito positivo. O futebol português é muito bom, com equipas muito competitivas, sobretudo os primeiros, casos do Benfica, FC Porto, Sporting, Braga e V. Guimarães. E depois, não muito distantes, aparecem os outros clubes, embora a diferença entre o quinto e o último classificado não seja muito relevante.
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