Declarações de Matheus Reis, à Sporting TV, pelos 200 jogos ao serviço dos leões
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Os 200 jogos: "É uma marca muito importante, lembro-me perfeitamente da minha chegada aqui e não imaginava que chegaria a este número em tão pouco tempo, dá uma média de quase 50 jogos por temporada, então são muitos jogos, muitas emoções, muitas batalhas, muitos títulos, temos aquele sentimento de que o dever está a ser cumprido."
Ser o segundo jogador do plantel com mais jogos: "Cada jogo é único. Aquele friozinho na barriga, a responsabilidade aumenta a cada jogo que passa, com mais tempo no clube aumenta a responsabilidade de ter mais jogos, de ajudar os mais novos. Sinto-me muito feliz."
Passar de ouvir conselhos para dar conselhos: "É passar para os mais jovens a grandeza. Ao pessoal que chega mais novo, ao Biel que veio do Brasil agora está também a perceber a grandeza do clube, é o dia a dia, o trabalho. É uma responsabilidade e uma pressão boa."
Ficar para sempre na história do clube: "Quero deixar essa marca de trabalho, de dedicação, de nunca nos entregarmos, nunca desistir. Mas, ao mesmo tempo, saber que isto é o começo e quero mais, tenho fome de querer conquistar cada vez mais."
O que o sporting já simboliza? "Tudo. Converso com a minha esposa e digo que o Sporting será a extensão da minha família. No fim, tudo é Sporting, tudo é verde. Nós somos muito felizes aqui e esperamos ficar por muito tempo."
Falar de família leonina: "Todas as pessoas que chegam aqui dizem que este é um clube diferente, que respeita as famílias, que une, faz coisas a pensar nas famílias, nos filhos. Acho que isso é que faz nos sermos também diferentes, toda a gente vê a nossa união nos jogos, mas ela é muito mais do que isso, é diária, dentro do clube e fora. Isso depois reflete-se para dentro de campo e mostra a nossa força."
Memórias: "Tenho muitas histórias que vão ficar guardadas para sempre, serei sempre um adepto ferrenho do Sporting, também a minha família."
Braçadeira capitão: "Quando tive essa oportunidade de usar a braçadeira, porque os nossos capitães estavam de fora, foi uma sensação demais... O míster chegou e disse-me 'você vai ser o capitão', então passou-me um filme pela cabeça porque depois de chegar a um clube grande atingi aquilo que imaginei, chegar a capitão, cumprir mais de 200 jogos, conquistar títulos, fazer coisas importantes. E à medida que as coisas vão acontecendo, vamos tendo aquela sensação de realização e, ao mesmo tempo, de querer mais, quero continuar a construir essa história."
A estreia ao serviço do Sporting: "Foi no campo do Gil vicente. Foi um jogo difícil, chuva... Eu tive a oportunidade de entrar. Estava há seis meses parado, só treinava, e o Amorim vem e diz-me 'Vou dar-te aqui um tempo para você se adaptar'. Sabia que tinha de estar pronto para essa oportunidade e esse foi um jogo em que conseguimos virar o resultado com o Seba [Coates bisou] e não poderia ter começado melhor. Aquele jogo foi importante para todos."
A partida mais especial? "Uma partida contra o Benfica na final da Taça da Liga (2021/22). Ganhámos, pode fazer um grande jogo. Foi um desafio em que saímos a perder e conseguimos virar também o resultado, foi uma conquista importante. Outros jogos especiais, os dos títulos, lembro-me bem do jogo em Alvalade contra o Boavista e onde fomos campeões após 19 anos. São sempre especiais. Houve também a Supertaça contra o Braga. E também o jogo do ano passado com o Benfica, para o campeonato, a vitória com o golo do Geny. Lembro de até comentar com o Jer (St. Juste), nós estávamos os dois fora da área e assim que a bola entrou saímos a correr. Comemorámos muito, foi incrível, sabíamos que tínhamos dado ali um grande passo rumo ao título. Já esta época também o golo do Quaresma contra o Gil Vicente foi um momento em que vai todo o mundo a correr, uma grande emoção. Isso mostra a união, a força que temos."
Um golo para mais tarde recordar? "O golo mais bonito que fiz acho que foi contra o Braga, recebi a bola do Pote e dei aquela 'chapada'. Fico com esse. Foi muito importante naquela vitória contra o Braga."
Jogar na Liga dos Campeões: "É incrível. O nosso primeiro jogo, desta geração, foi em casa com o Ajax e perdemos 5-1, todo o mundo ficou meio abalado e depois fomos jogar contra o Dortmund e perdemos lá por 1-0, mas totalmente com outra atitude, a jogar bem, e começamos a perceber que era possível, que tínhamos capacidade. Depois tivemos duas vitórias importantes frente ao Besiktas e depois ganhámos por dois golos ao Dortmund e qualificámo-nos. Penso que sempre que participámos na Champions fizemos campanhas boas e dignas. É essa a motivação, trabalhar sempre para melhorar."
A paixão dos adeptos: "Os adeptos jogam connosco, estão sempre a apoiar-nos. Tenho a felicidade de ter muitos amigos sportinguistas e o amor que nos passam... É incrível, passam esse amor de geração em geração. A minha família é totalmente sportinguista. Aquelas chegadas, entrar no estádio cheio, faz-nos pensar que temos de jogar por nós, mas também por aqueles adeptos, pela felicidade deles, pelos objetivos do clube. Para poder sair à rua com dignidade, tirar fotos com os adeptos, receber os parabéns. Lembro-me que tínhamos acabado de ser campeões pela segunda vez, estava a almoçar na praia e encontro um adepto que me chamou e começou a chorar à minha frente a dizer 'Obrigado pela felicidade que vocês me dão'. Foi um momento que me marcou, é também essa a nossa força, queremos fazer história por nós mas também por eles."
O carinho vindo das bancadas: "Nas bancadas, na academia, todos os dias os adeptos vêm ter connosco, às vezes voltamos do norte de madrugada e recebem-nos no estádio, nas estradas, nos viadutos. Acompanham-nos incrivelmente em todos os momentos, em todos os campos, em todas as modalidades. Sentimos muito esse apoio."
O que ainda o surpreende no sporting? "O ambiente no clube, isso surpreende-me muito, porque independentemente do resultado, mantemos sempre aquela fé. Não deixamos entrar a pressão negativa, mas também não nos empolgamos com as vitórias. Temos sempre o nível de trabalho e exigência que o clube merece. Isso foi uma grande surpresa quando cheguei. Todos os funcionários, com grande dedicação. Os adeptos sempre a passarem que acreditam."
Próximas etapas a atingir: "Dar sempre mais, é o que o Sporting merece, foi essa a mentalidade que trouxe, vencer, vencer e conquistar títulos, que vão marcar o clube porque é o que merece."
Palavras aos sportinguistas: "Esta é mais uma temporada, a minha quarta e meia, cada época é única. Sabemos que isto é uma maratona, mas estivemos sempre juntos nos momentos mais difíceis, nos momentos de glória e precisamos que vocês acreditem, estejam connosco e passem energia positiva como sempre para finalizar a época. Deixar um agradecimento por tudo o que me ajudaram. Agradeço a Deus e à minha família por tudo e aos sportinguistas por terem-me passado essa força. Vamos em busca de mais."