Mateus fatura na Maia: "Não conseguem fazer o que faço com metade da minha idade"
Mateus, antigo internacional angolano, que passou por Gil Vicente, Nacional e Boavista, é goleador da Divisão de Elite da AF Porto, com 19 golos em 20 jogos pelo Maia, isto a caminho dos 40 anos. Motivadíssimo por ser artilheiro e subir de divisão
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Em junho completa 40 anos, mas segue longe de qualquer prazo de validade, é arma letal, calibrada e sem ponta de ferrugem. Mateus, internacional angolano, que foi figura notável no Boavista e no Nacional, atua hoje no Maia Lidador da Divisão de Elite, da AF Porto, tendo conseguido na vitória maiata sobre o Foz (3-2) bisar e chegar aos 19 golos em 20 jogos, proeza extraordinária que prova os predicados ainda bem apurados, que conserva em cada chamada para golo.
Com um Mundial disputado por Angola, Mateus é, seguramente, um jogador à parte na realidade competitiva que abraçou, após passagem pelo Leiria, na Liga 3, divisão na qual ajudou o Torreense e o emblema do Lis a atingirem os palcos profissionais. Famoso, sem culpa no cartório, por um caso que fez correr muita tinta e relegou, no campo burocrático, o Gil Vicente para a 2 Divisão, Mateus merece agora outra chancela, nem que seja a recorrente comparação com o vinho do Porto.
"Tenho desfrutado de uma experiência muito boa no Maia, a época tem corrido muito bem a nível individual e coletivo e poder contar com 19 golos em 20 jogos é, notoriamente, algo muito especial", realçou o avançado, orgulho pelo contributo dado ao Maia, agora terceiro classificado e na luta pela promoção ao Campeonato de Portugal.
Sob comando de Bock, outro goleador, Mateus tem feito as redes balançar, ciente dos seus créditos de 280 jogos na Liga. "Este rendimento tenho de entender como normal, porque é algo que faço há muitos anos. Tem de haver muito amor pelo futebol misturado com dedicação, esforço e foco naquilo que, realmente, me faz feliz, que é jogar e marcar golos. Muito podem achar que esta competição é fácil mas, na realidade, tenho competido com jogadores mais novos e não conseguem fazer o que eu faço com metade da minha idade", sustentou o angolano, partilhando a sua receita, a esfera mais cuidada paralela à carreira.
"Como bem e descanso o suficiente, porque o corpo tem de recuperar bem e a mente tem de estar sempre limpa", atestou Mateus, confirmando o desfecho que idealiza para esta temporada.
"Luto por uma subida, mas é preciso ver os anos que o Maia leva com este objetivo na cabeça, de regressar aos nacionais. Eu acredito e faço acreditar os meus colegas e dirigentes que é possível sonhar. O Maia dispõe de excelentes instalações, tem um estádio com relva natural, treina-se de manhã que é algo que adoro fazer, o clube dá-me liberdade para treinar ou faltar algum treino, caso precise de resolver algum assunto pessoal, o que é importante para mim. Assim jogo e cheio de alegria", rematou.