Martin Pringle, ex-avançado do Benfica, confessou que teve um "despertar" para a realidade na Luz, onde sentiu que não era tão bom como pensava
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Martin Pringle, que jogou no Benfica duas épocas e meia, confessou em entrevista ao jornal sueco Aftonbladet que só no clube da Luz percebeu que não jogava muito bem e que, nesse período, sentiu que era diferente, para pior, dos jogadores portugueses.
"Em apenas dois anos, fui do Stenungsunds ao Benfica, através da seleção sueca. Desde o início que achava que era muito bom a jogar futebol mas, quando cheguei ao Benfica, percebi logo que não era. Foi um despertar. Para os padrões suecos, eu era um bom jogador e tecnicista mas, comparado com os portugueses, não dava dois toques na bola. Havia uma enorme diferença entre mim e eles e apercebi-me quão bons eles eram naquele nível e a que distância deles eu estava. Por um lado foi doloroso mas, por outro, foi mágico. Tenho de agradecer ao Benfica todo o tempo lá passado, pois foi lá que me deram a hipótese de chegar a Inglaterra. Nunca lá teria chegado de forma direta vindo da Suécia, mas tornei-me muito mais tecnicista por jogar em Portugal", contou o antigo avançado.
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Pringle recordou a sua última fase no clube encarnado e como se sentiu obrigado a partir. "Em 1998/99, até comecei de início os primeiros três jogos, que ganhámos e marquei um golo ao Beira-Mar. Mas, no quarto, perdemos com o Farense. Depois disso, o clube vendeu Brian Dean ao Middlesbrough, o treinador Graeme Souness contratou Dean Saunders, que levava para todo o lado, e o presidente [Vale e Azevedo] comprou Jorge Cardete. E havia, ainda, Nuno Gomes e a grande estrela João Vieira Pinto. Tudo mudara e, de primeira opção, passei a quinta", lamentou Pringle. A sua saída para Inglaterra, acrescentou, teria a mão de Souness: "Não era tonto e percebi que este sueco não ia jogar por isso falei com Souness. Ele ajudou-me a ir para o Charlton, tendo falado com Alan Curbishley, que precisava de um avançado. Sempre tivera o sonho de jogar em Inglaterra."