Martín Anselmi, treinador do FC Porto, fez a antevisão ao jogo no reduto do Rio Ave, marcado para as 20h45 de segunda-feira e relativo à 20.ª jornada da I Liga
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Que funções pode desempenhar Tomás Pérez? "O Tomás Pérez é um jovem que o clube tinha observado, que tinha na base de dados, e que me parece que quando surgiu essa possibilidade também o podemos imaginar na função de líbero."
Que preocupações tem num calendário tão apertado? "Temos uma ideia clara do que chegámos a um clube com a competição já em andamento, em que tivemos começar de imediato a trabalhar e num modelo de jogo que requer muito funcionamento. A partir daí, é o que disse antes: tratar de dar ao futebolista a melhor informação possível e a mais concisa possível para que possamos ir tentando, corrigindo e melhorando. Muito disto também se pode fazer em vídeo. Quando não se pode fazer em campo porque as pernas estão cansadas, pode fazer-se em vídeo para ir demonstrando sobre o modelo do jogo."
Conversa com os jogadores sobre o modelo de jogo? "Esta não é a minha ideia de jogo. É algo que propomos, o jogador interpreta, dá o seu feedback e a partir daí construímos a nosso ideia de jogo. Aqui não se fazem as coisas porque as digo. É preciso ter essa capacidade de adaptação e flexibilidade em certos momentos para entender se o jogador estar confortável. Não gosto de limitar o futebolista, mas sim organizá-lo e ele também contribui para isso. Para que uma ideia tenha sucesso, o jogador tem de a defender e senti-la como própria."
Tem consciência que o FC Porto não tem margem de erro depois dos últimos resultados no campeonato? "Na Europa acontecia o mesmo. Não gosto tanto da estatística sobre o passado. É gastar energia. É passado. A situação é o que é. É preciso competir. Não podemos estar a pensar que não ganhámos e vamos a nove pontos… É perder tempo. Há que gastar o tempo em competir e planificar o jogo. Quanto melhor competirmos num jogo e o prepararmos, tudo isso vai estar mais longe."
Do que viu do jogo com o Santa Clara e da análise que fez do Rio Ave, acredita que encontrará equipas com uma postura mais defensiva do que no México? Qual a melhor estratégia para superar isto? "No México, na parte final, as equipas já se protegiam muito, porque ganhámos um certo respeito. Por isso, cediam a bola e o campo para tentar aproveitar as transições. O jogo com o Santa Clara fez-me recordar muito os jogos que tivemos na parte final com o Cruz Azul. Não é fácil superar um bloco tão baixo como sucedeu outro dia. Tens poucas oportunidades e é preciso aproveitá-las. É preciso ser eficaz. A questão passa por aí: tentar ir aprendendo jogo a jogo o que vai fazendo o adversário para irmos mudando e procurar alternativas para superar um bloco baixo como o do Santa Clara. Por isso, poderão existir jogos que construiremos com três, outros com dois; jogos em que jogamos com um avançado e outros com dois. Nesse sentido, disse-o antes do jogo na Liga Europa. Querem etiquetar-me e não o vão fazer, porque será o rival a dizer-me como o vamos atacar e feri-lo. É ele que me ensinará. Porque se penso uma coisa e chegamos ao campo pode funcionar ou não, se não funciona tenho que inventar outra. E se funciona, pode funcionar durante um tempo, durante dois ou três jogos, o rival já o entendeu e é preciso mudar. No futebol temos de nos construir e desconstruir o tempo todo. Agora temos um plano de jogo com o Rio Ave e o que virá será outra história, outro mundo, outro cenário e outra situação. A partir daí, é nosso trabalho como equipa técnica tentar dar ferramentas aos jogadores para enfrentar esse tipo de jogos."