FC Porto mudou cinco vezes de treinador a meio da época e a média de pontos com o argentino é a mais baixa de todas
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Os efeitos das chicotadas psicológicas no FC Porto são normalmente reduzidos, principalmente na perspetiva da concretização dos objetivos iniciais, mas a desta época atingiu mínimos históricos. Pelo menos este século. A troca de Vítor Bruno por Martín Anselmi não só não representou uma melhoria na média de pontos conquistados pelos azuis e brancos no campeonato, como ainda resultou na perda de uma posição na tabela classificativa (do terceiro para o quarto lugar). Terminando assim – faltam três jornadas para se encerrar a competição –, seria algo inédito para os dragões no século XXI entre os técnicos que entraram a meio da temporada: José Mourinho (2001/02), José Couceiro (2004/05), Luís Castro (2013/14), José Peseiro (2015/16) e Anselmi (2024/25). Mas vamos por partes.
Martín Anselmi leva 12 jornadas à frente dos destinos do FC Porto. O argentino começou este percurso com uma igualdade em Vila do Conde, com o Rio Ave, chegando a esta fase da competição com apenas 21 pontos conquistados, fruto de seis vitórias e três empates e três desaires. Com o técnico de 39 anos, a média de pontos amealhados pelos portistas é de 1,8, abaixo do que somaram nas 18 jornadas em que Vítor Bruno se sentou no banco de suplentes (2,2).
A primeira substituição a meio da temporada este século, no entanto, ocorreu em 2001/02. Otávio Machado deu lugar a José Mourinho, que nas últimas 15 rondas do campeonato conseguiu 11 triunfos, dois empates e outras tantas derrotas. O “Special One” somou 35 pontos, à média de 2,3 por jornada, catapultando os azuis e brancos do quinto para o terceiro lugar. Esta ascensão, diga-se, foi a maior entre os técnicos que assumiram a equipa portista no decurso de uma época. Mas não foi a única. Em 2004/05, José Couceiro haveria de lograr algo semelhante, embora em proporções mais pequenas. O antigo diretor-técnico nacional deixou o V. Setúbal para conduzir a equipa da Invicta do terceiro até ao segundo posto, somando 28 pontos em 15 jornadas (à razão de 1,9 por ronda).
A partir daqui, mais nenhum treinador chamado a mudar o rumo da temporada do FC Porto melhorou a posição em que entrou. Em 2013/14, Luís Castro substituiu Paulo Fonseca nas últimas nove jornadas, vencendo seis e perdendo as outras três (média de 2 pontos por jogo), fechando a liga no terceiro lugar, tal como José Peseiro em 2015/16. O treinador natural de Coruche, escolhido para render Julen Lopetegui, esteve 16 rondas nos azuis e brancos, ganhando 11 jogos e perdendo cinco. Despediu-se, por isso, com uma média de 2,1 pontos por ronda, a segunda melhor entre a mão-cheia de treinadores substitutos.