Mário Silva lembra conquista no FC Porto: "Palestra? Era giro que tivesse sido gravada"
Há um ano, o FC Porto venceu a Youth League da UEFA e, ao leme da equipa de sub-19, estava Mário Silva. O técnico campeão europeu falou a O JOGO e recordou a época.
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1 - O que sente ao ver seis ex-jogadores na equipa principal?
-Um orgulho muito grande e também de dever cumprido, porque, enquanto treinador da formação, ajudei para que tivessem um nível superior, não só chegando à equipa principal, mas também à equipa B.
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Muitas vezes treinadores e jogadores são julgados pelos resultados e, felizmente, nós ganhámos, porque eles muitos têm potencial. Nem todos vão chegar a patamares que gostava que chegassem, mas, aconteça o que acontecer, a vitória na Youth League ficará para sempre marcado na carreira.
2 - Conseguiu desfrutar da final?
-Desfrutei muito de toda a competição, porque fez-me recordar os tempos de jogador. O ambiente que se viveu na final-four foi único. Na meia-final existia aquela ansiedade e adrenalina de poder marcar presença na final, que já seria histórico para o FC Porto, mas desfrutei muito dos últimos minutos da final.
A partir do momento em que percebi que o jogo estava quase fechado, porque tínhamos dois golos de vantagem, se calhar desfrutei mais do que quando jogava, e também ganhei coisas importantes. Quando somos treinadores e líderes de um grupo, ficamos felizes por ver toda a gente feliz. Senti-me realizado como treinador.
"Tenho uma base do que vou dizer, mas não levo coisas decoradas, não levo textos ou rascunhos"
3 - Ainda se recorda do teor da palestra do jogo da final?
-Mais ou menos. Tenho uma base do que vou dizer, mas não levo coisas decoradas, não levo textos ou rascunhos. Levo a minha ideia e, depois, as coisas vão saindo e fluindo normalmente. Acho que entrei um pouco na alma e no coração dos jogadores, porque sou da opinião que um treinador não pode ter apenas o conhecimento estratégico. É muito importante motivar e passar a mensagem. Acho que o consegui, provavelmente porque fui verdadeiro e lhes transmiti o que estava a sentir, que era de querer ganhar e gravar o meu nome junto do deles na história do clube e do futebol português. As palavras exatas não sei. Era giro que tivessem sido gravadas, mas foi algo íntimo, que ficou entre nós.